Meu pai se curou da ômicron, mas em junho, no dia mais longo do ano ele se foi...
Dia de São João e foi nessa madrugada que ele descansou, foi como um passarinho, sem se torcer, parecia dormir quando o encontrei no sofá...
As horas foram passando, de manhã minha casa estava cheia, várias pessoas chamando o Samu para poder levar o corpo para a funerária. Eu estava só, apesar do burburinho e de todos que ali tentavam me ajudar...
Demorou. Ele morreu às 2 horas da manhã. Só às 10h30 o samu apareceu, sendo que chamei o socorro ao perceber que ele já tinha ido para o "outro lado".
O pior de perder a última pessoa que representava o elo familiar inicial é sentir que estamos sós no mundo...que nada do que vivemos juntos poderá voltar. Que o amor que sempre nos uniu continuará, mas não há mais chance de fazer um carinho, conversar, sair para comer fora, as coisas simples que fazem parte do nosso cotidiano com alguém que amamos.
E, dessa forma, hoje, dia 24, ou quase 24, completa três meses que meu pai me deixou.