LIBRA
Pela égide da constelação de Libra, vibram cordas tão perfeitas e tenazes que mesmo o peso na balança imprecisa se equilibra. Clama Vênus ao céu astral a harmonia ainda desconhecida, quando entre a virgem despida e inaudita, ouve-se o escorpião que grita pelo veneno da vida. Libra, então, expõe seu modo idealista, seu charme e seu bom gosto e diz calmamente com voz aflita: se um dos pratos da balança afaga o coração foguista; o outro ergue a afiada espada da mente, quedando as ilusões sofridas. O privilégio é tanto, que do braço marcial erguido e infalível em juízo, vê-se a deusa com os pés descalços subindo os degraus do coração mais livre, o do artista. E dos vãos eqüidistantes do templo da harmonia, a beleza passeando alegremente, e ora distraída, absorve os sentidos mortais e os cativa, que se o mundo é em parte requintado, é graças aos nativos de Libra. Se somos em existência partilhada na onipresença desse ar que respiramos a vida: a igualdade é a vocação mais bonita. (Carlos Costa)