terça-feira, agosto 26, 2003

OLHOS NOS OLHOS

Na quietude da madrugada, onde só os dedos e o teclado agitam-se,
minha alma se compraz na serenidade.
Nada que um dia depois do outro não possa fazer-se novo.
Uma paz tamanha, do tamanho do agora, desse presente.
Sem ansiedade, sem dores, sem tristeza e menos ainda lágrimas.
Estou renascendo, creio eu.
Redescobrindo quem é essa que agora pulsa, em compasso.
Sem nada que agigante o sentimento, sem o amor que desafia a razão.
Daqui vislumbro você que com olhos curiosos acompanha meus passos.
Fique à vontade, a casa é sua também.
Tome um café, quente, fumegando, numa xícara clara e espaçosa.
Estenda os pés no puff e relaxe sentindo o ar puro que entra pela janela.
Na escuridão do céu, uma cadente risca o vazio, prenúncio de um amanhã.
O meu, o seu, o nosso.