Ela me disse: ' Aninha, você tem que aprender a pecar sem mim' .
E assim, sua visita trouxe um tanto de vida que me desvirtua de algo que tenho trilhado, mas me faz viva, inteira, um pouco mais humana e próxima daquilo que esperam e crêem de hominal.
Ele disse no carro: ' estar com você é estar com Deus' , como se minha presença os livrasse de todos os males, como se um impulso de bem interrompesse o fluxo do mal, ou das coisas ditas dos homens. Como se houvesse em mim um tanto de celeste. Quem sabe tem e eu nao me dei conta afinal?
Ela continou o discurso: 'você reza mais que nós' . E mal sabe que nem rezo tanto. Por muito tempo me livrei de todo tipo de contato com o divino. O assédio era tal que impedia que eu me lançasse nesse mar de fluidos altos e puros.
Hoje, bebemos umas e outras, traguei e impregnei meu pulmão de cigarro. Coisa que não faço faz tempo.
Mas, a grande graça, o maior sentido disso tudo é isso: brincar com fogo!
Estou viva. Mais do que nunca.
Com anjos, santos e todo tipo de legião que me acompanha.