sexta-feira, fevereiro 21, 2003



Numa estação a chuva desce aos borbotões, não dando trégua aos céus.
Parece que sorri diante da miséria alheia, inundando de saudade alguns aflitos corações.
Na despedida um beijo enorme, como aqueles de cinema e final feliz de novelas.
Um abraço apertado, olhos que cintilam outros olhos. Janelas impedidas ao reflexo.
Garante o intransponível, trancafia as sensações, exila os sentimentos.
Uma púrpura flor, símbolo do encontro em cascata que não chegou a descer o leito do rio.
Tudo não passou de projeção delirante, quem sabe uma quimera a devorar a idealização.
Cristalização daquilo que no íntimo acreditamos e na realidade não passa de ilusão.