terça-feira, dezembro 30, 2003

2004

Chegamos enfim a mais uma enseada.
Aquela de margens rasas e azuis que diluem o sol a pino.
Um barco e um cais. Uma chegada e quem sabe uma partida breve.
O Natal ficou para trás, como acho que deve sempre ficar.
Não gosto, nunca gostei e acho que sempre será desse jeito.
Nada de exageros e comilanças. Pelo contrário.
Passarinho ciscando aqui e ali, no fundo prova de tudo.
Degustação, prefiro assim.
Pessoas queridas e cuidados, presentes e carinhos.
Bola verde a divertir o 25 passado. Falei dele no comentário do solstício.
Um pouco de vinho, um bocado de chope com os amigos esses dias.
Churrasco, confraternização, rodízio de pizzas, reuniões e comemorações.
Não consegui ficar quieta, não tive tempo para lamentos, só para o riso.
Casa só minha, cão-filhote a fazer travessuras, periquitos e milho alvo.
Jabotis que saem ao calor do astro rei: na boca alface e pão com leite.
O Ano Novo se aproxima, sempre prelúdio, a certeza na esperança.
Desejo de ir além, de construir e solidificar essa trajetória espiritual.
A tarde avança, quente, o verde ainda mais verde.
Não sei se vou com essa cor ou se volto ao tradicional branco.
As cores e seus símbolos. Por baixo, rosa.
Crendices que povoam o imaginário, o meu e o seu.
Alguns nem aí.
Se tudo fosse igual qual seria a graça?
A você que lança redes ao mar um 2004 de muita fartura e felicidade.