domingo, maio 20, 2007



Morgana dorme em seu leito volátil enquanto as estrelas rodopiam na substância etérea, disciplinando sua alma no amor incondicional e no fogo sacrifical de amar o amor. A sensibilidade de mulher vaga entre o domínio de ser e a impossibilidade do mundo. A magia que irradia do seu desejo quebra o ciclo de erros e opera no abismo dos sentimentos opostos uma dádiva: a segunda pele. A serpente que dormia acorda em seus seios ávidos do sagrado, o cosmo se contorce. O sofrimento é apenas uma ilusão que funciona como remédio e intermediação, mas é lastro caro. Cresça feiticeira em sua moral, ponha à ferros suas dúvidas e seus desamparos, avança teu sonho. A lua não mingua por teus olhos negros na escuridão, mas pelos ciclos das rosas cinzas que serão tingidas do ouro espiritual. O pentagrama brilha prateado sobre teu sexo num frêmito entre o futuro e o passado, varrendo da face escarlate as impressões primeiras, os abusos e as inconsistências da fome em teus lábios.(Carlos Costa)