terça-feira, dezembro 27, 2011

Só um beijo ao luar...

A saudade bate forte quando a tarde cai...um misto de cinza, um tom pálido corta o céu...deixando o azul mesclado a brumas...a uma espuma branca que se mistura a essa variante de cores...Olho à volta e não encontro um eco.... um sol que aqueça o corpo, a alma...que traga um novo alento a uma espécie de lacuna que há aqui dentro....procuro referenciais, não encontro....bato na porta...ela não se abre. Mas, independente desse dia nublado, das lacunas, das dúvidas muitas que habitam a essência, queria te dizer tantas coisas... queria ler uma só frase que me dissesse que você está perto.... que não partiu... que de alguma forma ainda se encontra por perto... mesmo que seja só nas batidas ritmadas do peito... Não, não estou triste, nem melancólica. É só uma nostalgia que se apodera, pedindo licença, desbravando qualquer tipo de barreira que se instale pela trilha...quero ar...busco a fronteira.... Levo meu escudo a horizontes virgens, com um ar disperso que se encarrega de me deixar confusa. Sem um sentido mais profundo questiono tudo que vejo à frente, querendo achar uma razão, um referencial, um sentido. Não há. Estou te escrevendo, só querendo um eco... uma voz que se aproxime, que me diga que sente saudades.... que sente falta de meus textos sem sentido, da minha natureza rebelde, dos meus desejos insólitos, do meu hálito moleque, da minha aparência descabelada.... quero só um beijo ao luar... envolta em estrelas que cintilam, que cegam, banhando o corpo nu a espera do seu....

segunda-feira, dezembro 26, 2011

Andarilha

Nos espaços dupla cor, as sombras se perpetuam na luz.
Veludo, liso manto azul, limitando a visão, riscando o horizonte.
Na amplidão uma gaivota rasga o céu,
Distribuindo branco numa única direção.
Ela caminha lentamente, num passar ao vento,
que revolve roupas, espalha pelo ar - sal.
Rememora a vida, está no presente, mira o que é além,
sem que o tempo seja um senhor do mal.
É na verdade o sinalizador do que virá a partir de uma nova enseada,
no porto que se avizinha ao seu olhar.