quarta-feira, abril 30, 2003

DOS ESCRITOS

Das roupagens que vê todas o seduzem.
Persegue outros recônditos,
Percebe o que é mais fácil à claridade.
Ao contrário do que vive na escuridão dos lagos,
Entre a bifurcação que divide a existência.

Borda versos, envolve-a com sedas e salpica
seus cabelos de strass.
Vive num reino antigo, de linguagem coloquial que se digladia com o capítulo anterior.
O livro ainda parece um emaranhado deslinkado.
O que um grupo de jovens exploradores e uma princesa têm em comum?
Apaga tudo e recomeça o envio.

À noite quando relê o ensaio, redescobre-se, as tantas almas agrupadas num só corpo.
Ela dá sustança à personagem, que dessa vez discorre sobre vontades, as verdades nada convencionais que existem em seu íntimo.
Muralha construída com experimentos puros, intensos, livres.
Quais ainda resistem ao tempo?
Quais ainda divide lençóis, tempuras e rouxinóis?





segunda-feira, abril 28, 2003

REFLEXÃO

"Não há nada oculto que não deva ser conhecido e não há nada guardado que não possa ser revelado.

Dizer a verdade para aqueles que não podem entendê-la, é mentir para eles. Desvelar a Verdade para
estas pessoas, é profaná-la."

Eliphas Levi


sexta-feira, abril 25, 2003

DEUSES

Eros acerta-me com suas flechas,
Carregando-me pelo espaço, derramando seu rastro de poesia e sonho.
As sensações se perpetuam pelo caminho sagrado.
Transformam circuitos no céu, Kundaline a percorrer a espinha,
Serpente a desenhar cometas, asteriscos e estrelas.
Curva, lemniscata, constelação, ponto de interrogação.
Pela passarela de magma brilhante,
Afrodite atravessa a ponte de mãos dadas com o deus-menino e,
Recebe Dioniso para o encontro.
A trilogia busca Pã, o deus brincalhão das florestas,
Meio bode,meio homem, com sua flauta mágica.
Juntos com as ninfas, as hemadríades e as dríades,
Bebem tinto e celebram o amor

quarta-feira, abril 23, 2003

WILD WATERS



Cascos e cascalhos, água em metamorfose,
espuma a redesenhar a estrutura.
Transforma o líquido em tecido,
O aquoso meio em densa estrutura.
Entre um volteio e outro, surge o primeiro esboço.
Em seguida a face, as narinas abertas, os olhos grandes e vivos.
No redemoinho seguinte mais um pedaço rompe o mar, o pescoço longo e musculoso.
E aos poucos Iemanjá vai arrancando de suas águas selvagens animais.
Figuras que habitam agora o meu e teu oceano.

segunda-feira, abril 21, 2003

DAS PROFUNDEZAS

A música dá liga, lembrança de ontem.
Feromônios feitos um para o outro.
Escorpião a mostrar sua força, sensibilidade.
Ferrão a marcar território e deixar sua presença.
Eletricidade que produz variações na estática,
Saindo do cento e vinte e passando a duzentos e dez.
Exploração olfativa, água do mar, vento do litoral.
Crepúsculo a envolver espuma e beijos sob céu estrelado.
Lua que acompanha os passos na areia fria, corpos acesos.
Namoro você, ainda que seja só aparição, espectro a abraçar-me.
Cerro os sentidos, inteira sob ti.

domingo, abril 20, 2003

VENTO NORTE

Tempo de vida e de morte.
Estaciona o tempo e a realidade desce feito avalanche,
Demolindo tudo que aparentemente está encerrado.
A vida muitas vezes me parece fútil e desnecessária.
Não quero saber de estórias e frases perfeitas,
Nem livros, nem palestras e muito menos receitas testadas.
Paliativo contra o que é imponderável.
Encarcero-me em divagações e daqui não saio.
No íntimo há um desconforto enorme em se fazer real, presente.
Pergunto aos tais caras invisíveis se algo vai acontecer.
Sempre me senti assim, de lugar nenhum.
Sem lar, sem laços, máquina operante no automático.

sexta-feira, abril 18, 2003

VENTOS

"Por séculos os povos acreditavam que houvesse quatro tipos básicos de ventos, correspondentes às quatro direções ou quartos da Terra. São eles o vento norte, leste, sul e oeste. Cada um possui suas próprias virtudes mágicas, e determinados encantamentos são mais eficazes se praticadas durante certos ventos.Os quatro ventos estão relacionados aos elementos, e isso pode ser levado em consideração, se não esquecermos que cada um deles possui seus próprios poderes peculiares.


Vento Norte

O vento norte é o vento da morte - mas não necessariamente da morte física. Estes são os domínios da eterna lei universal - mudança. "Morte" aqui se refere à eliminação de negatividade. O vento norte é frio (em termos de magia), soprando da direção do inverno e das neves profundas sobre as terras. É "seco", ou infértil, abrindo assim caminho para encantamentos de destruição.
Se por um lado o vento norte é frio, ligado à noite, à morte e às neves profundas, é também o vento do elemento terra, e, portanto compartilha de algumas de suas características. Mas o vento, por ser seco, não favorece a magia de fertilidade e prosperidade, enquanto a magia de cura é bastante favorecida pelo vento norte.
Sua cor é o preto da meia-noite.

Vento Leste

O vento que sopra do leste é o vento do frescor, da vida renovada, da força, do poder e do intelecto. É um vento tépido e revigorante que sopra do ponto de onde surgem o sol, a lua e as estrelas. Portanto, este é o vento que envolve novos reinícios, os novos
fenômenos que surgem a partir do trabalho do vento norte. O calor provém do sol, e da centelha da criação.
Uma vez que o leste é a direção do nascer do sol e da luz, a cor é o branco.

Vento Sul

Quanto mais ao sul se viaja, mais quente é o clima – neste lado do Equador, pelo menos. Por esta razão, o vento sul é quente e fogoso. Simbolicamente, ele rege o meio-dia, quando o sul (ou a lua) está no ponto mais alto do céu, num período de intensa luz e calor. Por ser associado ao elemento do Fogo, a magia do vento sul lida com as mesmas coisas. Esse vento, no entanto, pode ser utilizado para qualquer tipo de magia. É um bom período para lançar encantamentos.
A cor do vento sul? Amarelo, o amarelo do sol ao meio dia.

Vento Oeste

O vento oeste é aquele que sopra frio e úmido. Pode carregar um pouco de chuva ou névoa enquanto sopra sobre a terra. É uma força fértil e amorosa, gentil e persuasiva. Simbolicamente, rege o poente, quando tudo está parado; o dia e a noite se misturam numa paisagem mágica de cores mudas e brisas frescas. O pôr-do-sol, assim como o nascer do sol, é um período excelente para praticar magia - principalmente se o vento correto estiver soprando.
O vento oeste é azul como o céu pouco antes de suas luzes sumirem."

quarta-feira, abril 16, 2003

PLENILÚNIO DE ÁRIES



Lua de Áries, Lua do Carneiro.
Aríete a desbravar o que está emperrado, fechado, lacrado.
Fogo que transforma o sólido em líquido e o líquido em gasoso, é ao mesmo tempo calor e luz.
É energia, vontade, ação criadora.
Símbolo da metamorfose, leia-se transformação.
Princípio divino ativo, ardor original que suscita o mundo dos fenômenos.
Páscoa, início do período, o impulso inicial.
Energia dourada a circundar nossa atmosfera,
Proporcionando iluminação, direção e realização.

segunda-feira, abril 14, 2003

CORREIO

A labareda tocou e chamuscou a pele dele, crepitando o passado, queimando o ontem. Salamandras multicores estalam em seu íntimo, esquentando, incinerando o que não vai bem.
Talvez não saiba se uma presa, um novo domínio, ou a proliferação da própria espécie seja capaz de arrebatar seu interesse. Perdido dele mesmo, numa grande savana, árida. Talvez o sol em excesso tenha detonado o resto de brisa que poderia soprar, impedindo a calmaria e o necessário refresco à sobrevivência.
Entretanto, Brígida despertou o que possui de melhor. A Deusa sempre faz das suas.
Escreveu pra menina na lua. Disse da ausência e ao mesmo tempo trouxe à tona alguém do passado, alguém que vive e pulsa, ainda que de uma maneira mais domesticada agora.
Na ampulheta a areia desce lentamente pelo pequeno orifício, apontando a velocidade de tempo e espaço. E, sinaliza para a urgência do agora, independente de credos, armaduras, batalhas e cenários. Somos personagens da grande engrenagem, num palco imensurável, num planeta distante, nem Kripton e nem kriptonita. Nem super heróis.
Somos heróis, sem o super, às vezes com muitos poderes e nem nos damos conta disso.
O existir já cria tantos episódios e balões de quadrinhos, que o título, a outra publicação fica a cargo daquilo que vamos dia a dia desenhando por aqui...

sexta-feira, abril 11, 2003

BRÍGIDA

Inspiração dos bardos, Brígida como deusa tríplice do fogo - também conhecida como ‘luminosa’- caracteriza-se por unir três polaridades ígneas: o fogo da inspiração, o fogo da poesia, e o fogo da cura e adivinhação.
A lenda diz que Brígida servia de musa inspiradora aos poetas, nasceu como uma chama que saía do alto de sua cabeça, unindo-a ao universo. Ficou conhecida como santa Brígida no ano de 450. Filha de um druída, era uma ferreira e curadora.



"Deixe que eu me aproxime de você
através da bruma
através do fogo
através das plantas
através das fontes profundas e abundantes
com idéias
visões
palavras
música que penetra nos ouvidos
Deixe que eu a comova
anime
estimule
até que suas perspectivas mudem
e sua mente / corpo / espírito exploda
e você seja deixada em pé
no rastro do que foi revelado
e a vida pareça muito doce".

(Inspiração, Brígida)



quarta-feira, abril 09, 2003

DESARVORAR

Driblar o que martela incessantemente é trabalho hercúleo.
O interessante é observar como o pensamento tem poder,
E o que é pra ser, assim acontece.
Muito mais pela vontade do que pela razão.
Como aríete detonando qualquer barreira que se sobreponha à trajetória.
O inesperado acaba produzindo certeza.
Do esbarrar, na conspiração do acaso.
No esquivar olho no olho, encabulamento.
Disfarce, sensação de perigo.
Falta de ar, plexo solar comprimido, fissura.
Deleite é pouco.

segunda-feira, abril 07, 2003



Trote, galope, cavalaria.
Um cão se põe em perseguição.
Late e o som se perde por entre a marcha eqüina.
O estrondo, a força, o impulso sacodem as entranhas.
Certidão do que vai nessa essência selvagem.
Liberdade, crinas ao vento, eriçadas ao toque.
Corrida sob neblina de areia, foco em disparada.

sexta-feira, abril 04, 2003

OS TRÊS OLHOS

Estava terminando o livro Autoconhecimento, de Divaldo Franco, e numa das últimas folhas um parágrafo chamou atenção. Dizia que São Boaventura, também conhecido como o Doutor Seráfico, influenciou místicos medievais ao propor a saída dos interesses objetivos ensejando o infinito campo do mundo subjetivo, transcendente, ao anunciar que são três os olhos pelos quais se observa: o da carne, o da razão e o da contemplação.

“ O primeiro enxerga o mundo material, exterior, as dimensões relativas do tempo e do espaço, os objetos, as coisas, as pessoas, preso às sensações imediatas; o segundo vê a lógica através da arte de filosofar, ampliando as percepções da mente; e o terceiro, que faculta penetrar no mundo oculto, da intuição, das realidades transcendentes, extrafísicas.
Esta proposta se ajusta à realidade do ser tridimensional da Codificação Espírita: a carne entra em contato com o mundo físico, o perispírito registra o mundo mental, extra-sensorial, e o Espírito sintoniza e se alimenta com a estrutura da realidade , onde se originou e para onde retornará”.



quarta-feira, abril 02, 2003

ABRIL



O que vibra agora são dias de outono,
Abril a se espargir com a entrada de Urano em Peixes.
Um período humanitário e onde as forças concretas mimetizam sonhos,
Proféticos ou não, projeções ou idealizações acalentadas.
Ganhamos em profundidade e realização.