domingo, janeiro 25, 2015

As mãos rodopiam, 
serpentinas,
suaves,
sincopadas,
flutuam no ar.

Pássaro a abrir as asas,
voo solo nas labaredas
do ser.

De repente, a mão que toca
a viola,
a troca por um ritmo
familiar. A Espanha viva
na alma cigana.

E o poder e o frenesi dominam
o flamenco, num corpo inteiro,
lava espalhada,
volúpia, crepita carmim.

Pés poderosos
sapateado, um só compasso,
duende. Puro frisson.

A minha alma seresteira,
errante, namorada,
bailarina,
dança também! 


Foto: Analu Menezes