domingo, setembro 20, 2015

Essa lua,
a cheia,
mexe com as entranhas,
atiça as sensações,
dá vida ao adormecido,
clareia os sentidos,
agiganta a alma,
enlaça os enamorados,
inspira os seresteiros,
nos põe apaixonados,
aclara os pescadores,
põe em rebuliço as águas,
as marés,
os líquidos,
do corpo,
da terra,
dos bichos
da gente.




sábado, setembro 05, 2015

Nove Quadras para Analu


Pra quem se diz poeta é quase um vício
Só falar bem do sexo feminino.
Mas, sempre é necessário um bom início
Então, para Analu vou compor um hino.

Porque a todas posso, gentilmente,
Tratar como se trata uma princesa.
Mas devo manter claro em minha mente
Que só a Analu vou chamar de Deusa.

E é tanto que, se devo ser galante,
A inspiração a pouco se recusa
Mas dependuro os versos num barbante
Que Analu, a um tempo só, é vate e musa.

De si tira tristeza e alegria,
De si sozinha faz todo um planeta,
E faz disso uma alquímica poesia
Ou só um bom humor, a espiroqueta!

E faz, desse planalto desolado,
Da seca, estranha e límpida Brasília,
Um grande coração apaixonado
Um náufrago gemendo numa ilha.

Assim, fica marcada a diferença
E deixo essas quadrinhas por seu dote
Pra que não haja em nós mais desavenças
Em versos, 36, desdobro o mote;

Mulheres há que pensam e decidem,
Mulheres sinuosas, outras retas,
Mulheres que na vida só colidem,
Mas há também a Analu que é completa.

Mulheres há que param a cidade,
Mulheres que, sós, valem por um time,
Mulheres belas, em qualquer idade,
Mas há também a Analu, que é sublime.

Mulheres há que a todos embriagam,
Mulheres que são galo numa rinha,
Mulheres que se mimam ou se estragam,
Mas há também a Analu, que é rainha.

(Um antigo texto escrito para mim)

terça-feira, agosto 18, 2015

Ele olha de banda,
meio sorriso na boca,
barba cerrada,
cabelos desalinhados.
Cigano das lentes,
leva a vida e a carroça de estrelas
nas paisagens vistas pela janela,
registradas no visor,
na máquina e fiel companheira.
Atravessa precipícios,
pinta, colore a retina alheia,
encanta e desenha linhas, retas,
flores, numa vivência pictórica.
Brilha e magnetiza
sem dificuldade.
Por onde for,
quero seguir sua trilha.


segunda-feira, julho 20, 2015

A vida é tão interessante...
Pessoas que você considerava como amigo, deixam de sê-lo...
não porque não há reciprocidade, mas, porque as contingências,
talvez, o interesse de ambas as partes vá aos poucos escasseando...
Penso sempre nos "por quês".
No que leva alguém a deixar de ligar para outra pessoa...
Há os que não gostam da verdade. E, quando ela é dita,
toca-se na ferida, pulam....
Penso nas atitudes falseadas das pessoas.
Não sou e nunca fui assim.
Sou intensa, verdadeira, franca, talvez seja esse o problema,
a verdade. Realmente há os que não gostam de ouvir verdades...preferem tapar o sol com a
peneira...
Há os que se afastam por melindre também. Que não dão ao outro a chance de defesa....triste isso.
Enfim, eu posso dizer que tenho perto amigos fantásticos e os que estão distantes,
são também especiais. Amigos e irmãos, amigos e parceiros, amigos queridos, amigos
que pouco vejo, amigos que vejo sempre.
Independente da constância, sou feliz pelos amigos que fiz pela vida.


segunda-feira, julho 06, 2015

Quem é aquela que a sombra oculta um pedaço?!
Luz pela metade. 
Silhueta desenhada.
Shibari, losango, carne marcada.
Noite, escuridão...
Mulher,
imagem recortada.
Click.
Dominação.
Preto e branco,
dualidade,
dia e noite,
trevas e claridade
imortalizadas
no retrato.


Foto: Goran Kalanj Fotografije 



domingo, maio 24, 2015

À procura de um antigo texto que falasse sobre o café,
onde escrevi uma ode a ele, reli antigos posts e me deu uma vontade
danada de voltar a escrever aqui.
Será que conseguirei todos os dias deixar algumas linhas nesse espaço?
Eu deveria fazer esse exercício, pois é algo que gosto.
E, então, hoje o dia está deslumbrantemente azul, num tom clarinho,
poucas nuvens, um vento gostoso e ameno.
Os mensageiros do vento bailam ao som do movimento que ele faz.
Barulhinho bom.

Ontem, fizeram o evento chamado Show de Talentos.
Foi divertido, mas faltou dança. Faltou poesia. Faltou escultura.
Há que se trazer outros aspectos além da música.
Sim. Eu gosto dela.
Mas, dentro da arte há tantas vertentes, tantas possibilidades...


Daqui a pouco vou na Feira da Amizade, um evento de quinquilharias
e objetos para serem vendidos/ou não, na praça.
Vou andar um pouco, sentir o vento na face.

Foto: google


segunda-feira, abril 27, 2015

UMA CARTA A UM AMIGO...

Meu querido amigo, o que posso dizer?
Que o amor é isso aí e um pouco mais. 
Masoquismo, dor, flagelo, sofrimento, são palavras duras.
O amor é simples, direto, sem subterfúgios, leve, doce e naturalmente acolhedor. Afaga, mimetiza alma e corpo, neutraliza o que obscurece, o que entristece.
E que vida sem graça teríamos se ele não existisse.
Sofremos porque temos expectativas demais. O amor é simples e natural.
Buscar a felicidade desarvoradamente não é um caminho saudável, acho eu...melhor deixar o vento fazer a parte dele e nos levar a outros lugares, a outras pessoas, a outras percepções e cheiros...
A liberdade caminha ao lado do amor. A confiança também.
Vivemos numa época fast food, onde o que chamam amor não passar de tesão saciado, gozo estabelecido e só. E só.
Amor é maior, muito maior. 

Um dia alguém me disse que quando amamos uma pessoa jamais deixamos de amá-la. Na verdade, o amor se perpetuará por toda a vida. Sinto assim.
É isso.
Amo você, do meu jeito.



domingo, janeiro 25, 2015

As mãos rodopiam, 
serpentinas,
suaves,
sincopadas,
flutuam no ar.

Pássaro a abrir as asas,
voo solo nas labaredas
do ser.

De repente, a mão que toca
a viola,
a troca por um ritmo
familiar. A Espanha viva
na alma cigana.

E o poder e o frenesi dominam
o flamenco, num corpo inteiro,
lava espalhada,
volúpia, crepita carmim.

Pés poderosos
sapateado, um só compasso,
duende. Puro frisson.

A minha alma seresteira,
errante, namorada,
bailarina,
dança também! 


Foto: Analu Menezes