quinta-feira, janeiro 29, 2004

SANSARA

Um tempo atrás alguém deixou um comentário sarcástico num post que escrevi, julgando a maneira como vivo a existência. Sim, eu vivo numa espiral, onde caminhos se renovam, outros se repetem e alguns se mostram eficientemente límpidos, sem nada que lembre algo vivido.
E pensando sobre a espiral, os tais vírus mortais estão novamente aí. O que impressiona são os fabricantes dessas porcarias digitais que espalham essa onda de boataria pelo planeta. A tal da globalização, eu até entendo, mas acho isso muito idiota diante de tantas outras premissas existenciais. Tenho recebido mensagens na caixa postal dizendo que estou com isso e aquilo outro. Como pode ser se não tenho enviado email para ninguém? E acho incrível como tem gente perdendo tempo e energia criando essa atmosfera nebulosa diante da febre virótica. Será que os caras não tem nada mais inteligente para criar? Já falei e repito: isso deve ser uma máfia constituída pelos técnicos de computador. Só pode ser.
Sei que outra vez a paranóia cibernética tomou conta de tudo, das mídias, todas elas. Destaques e manchetinhas com a mesma ladainha. As listas de discussão foram infectadas com esse assunto e a semana inteira ouvi dicas e conselhos de como evitar a contaminação. Tal como a gripe asiática, novamente aí para detonar um bocado da população. Como disse uma amiga astróloga, os ciclos se repetem e segundo ela uma doença similar a Peste Negra surgiria para destruir um pouco da raça humana. A roda de Sansara a se espargir, mostrando que nada é imutável, tudo está sempre em movimento, numa eterna espiral. Gostem ou não, queiram não, assim o é. Uma digital infinita, modulando o que tange os fluidos existenciais, freqüências, o que está fora, o que está dentro, o que nos envolve, o que transmitimos. Não somos uma ilha isolada. Fazemos parte do todo.


quinta-feira, janeiro 22, 2004

POETAR

Bilac, Alves e Dias.
Pitorescas histórias, Dante Milano, também.
No sarau onde cada um cantava um pouco de poesia,
a moça de cabelos curtos, desenhava serpentinas no ar.
Na dança árabe, tal o tipo moreno, poderia ter vindo do oriente.
Os guizos que possuem outro nome, os véus caindo pelos quadris,
o som de castanholas agudas, o mexer da pélvis, fixou todos os olhares.
Painel com os patronos escolhidos e fotos. Tirei uma e saí na outra.
Fiquei como espectadora, somente. Prefiro assim, devagar, observando.
Figuras ilustres dessa cidade estavam lá.
Gente que entrevistei e que já fizeram parte de linhas no matutino.
Escolhi de olhos fechados um laço. Branco.
Cor que gosto, sobremaneira. Irei usar uma peça dessa cor, alva.
A minha foi fácil, pior quem tirou lilás.
Aconteceu com o professor e ele decidiu trocar por outro tom.
Cadu tem como patrono Renato Russo. Declamei com ele o faroeste, caboclo.
A história de um tal de João de Santo Cristo. Terceira geração venerando o poeta.
O mesmo menino leu a história do presépio de Natal e ficou no ar uma incumbência para dezembro desse ano. Escolher uma figura e trazê-la à vida pelas letras.
Não sei quem eu seria no presépio. Tão distante do meu universo mundano e terreno. Vamos ver...
Um soneto de Bilac quebrou minha boba cisma. Tórrido é apelido, caldeirão em ebulição.
Diante dele, as minhas paixões são fichinha.
Naquele tempo o ardor consumia a decência e os pudores.
Conquistar o objeto de desejo ou como eles diziam, a mulher amada, era trabalho árduo.
Hoje, parece que esse encanto se desfez e tudo ficou banal, fácil demais.
Tempo bom aquele onde pecar realmente tinha um gosto especial.


sábado, janeiro 17, 2004

ALQUIMIA

A Alquimia, segundo G. O. Mebes, é uma ciência Hermética por excelencia. É também uma ciência Solar, que tem no sol, assim como Hermes Tot, uma grande força e uma grande fonte de atração.
Ainda de acordo com Mebes, o Sol, representado no Taro pelo Arcano 19 e pela letra hebraica Cuph, indica três processos fundamentais:
. Alcançar as verdades frutíferas, que corresponde a Obra Magna no campo das idéias. Adquirir as virtudes herméticas, a Obra Magna do Hermetismo Ético
. Realizar a Pedra Filosofal, a Obra Magna da Alquimia.
De acordo com o Hermetismo Ético, cada ser humano é composto de uma substância cuja disposição e fixação numa determinada ordem, fazem com que a pessoa se torne virtuosa. O "pai" desta virtude é a atividade - o Sol, sua mãe é a passividade - a Lua. Durante o período de gestacão, a virtude é carregada pelo Vento, ou seja no ambiente astral; nutrida pela mãe Terra deverá se manifestar no mundo do sacrifício, ambiente zodiacal; entretanto,
somente o Telesma, que é o invólucro da Vontade, pode causar os processos de gestação, do nascimento e da adaptação. Em outras palavras, é o próprio Pentagrama que cria sua virtude.
Para formar suas convicções no campo da Filosofia Hermética, é preciso primeiro separar a fé do conhecimento, para depois sintetizá-los numa totalidade harmoniosa. Assim, no Hermetismo Ético, é necessário saber quais impulsos provem do Triângulo Superior e quais os que provem do Triângulo Inferior, na Estrela de Salomão. É preciso desenvolver uma receptividade consciente para os princípios vindos do Alto assim como uma capacidade de avaliação das manifestações densas do Baixo. Do Alto vem o preceito "ama o teu próximo". Mas como e o que amar nele ? O que fazer para ele ? A resposta é: "amar como a sí mesmo", e isto só pode ser aprendido no plano da involução do Triângulo Inferior. Assim, temos que conhecer os ideais elevados e a aspiração à Reintegração e, paralelamente, observar e estudar o nosso próprio egoismo rasteiro, para poder interligá-los pelas grandes leis da Ética.
É absolutamente necessário saber elevar-se da Terra para o Céu e voltar de novo... buscando os princípios em suas fontes no Alto e a suas manifestações no Baixo. Então nossa Virtude adquirirá força plena, e quaisquer trevas
desaparecerão do coração.
Quando estivermos prontos para assimilar o que é sutil, então seremos mais virtuosos; e por meio das correntes que formaremos e através delas, essa Virtude penetrará tudo que é denso, vencerá a inércia egoísta das massas e,
mesmo contra sua vontade, incutir-lhes-á os princípios éticos.
No plano puramente mental do Hermetismo, o intelecto oscila entre o Céu (princípios) e a Terra (fatos), isto é, pratica a dedução e a indução; o mesmo deve ser feito pelo coração...
Em ambos os campos, encontramos os três princípios Alquímicos ligados ao Hermetismo Ético: ENXOFRE ativo (aspiração as alturas) MERCÚRIO passivo (conhecimento das planícies) SAL neutro (produto da harmonização entre os dois primeiros).
Nos dois campos, existe o Quaternário expresso pelo Tetragramaton da Cabala ou pela Cruz Hermética:

IOD 1 - Busca da Verdade 1 - Atividade Evolutiva (Triângulo Superior)
HE 2 - Aspiração em assimilá-la 3 - Emotividade Passiva
VAU 3 - Aspiração em transmití-la 2 - Atividade Involutiva (Triângulo Inferior)
2 HE 4 - Desejo de sintetizá-la num 4 - Emoções Positivas sistema harmonioso
Tanto no campo do coração como no da mente existe o quinto elemento que é o próprio operador, no centro do quaternário. Em metafísica o quinto elemento é o Adão decaído que adquire a experiencia do bem e do mal na grande balança que mantém o equilíbrio do mundo.
No Hermetismo o quinto elemento é a quintessência, a Vontade que Rege a Cruz Hermética.

sexta-feira, janeiro 09, 2004

VERSOS ESMERALDINOS

A Alquimia, precursora da Química moderna e da Medicina, foi a ciência principal durante a Idade Média. A busca da Pedra Filosofal e da capacidade de transmutação dos metais, incluia não só as experiências químicas, mas também uma série de rituais. A filosofia Hermética era um de seus alicerces, assim também como partes da Cabala e da Magia.
Ao longo do tempo, diversos alquimistas descobriram que a verdadeira transmutação ocorria no próprio homem, numa espécie de Alquimia da Alma; diversos outros permaneceram na busca sem sucesso do processo de transformação de metais menos nobres em ouro; afirma-se que alguns mestres atingiram este objetivo...
A Alquimia também preocupava-se com a Cosmogonia do Universo, com a Astrologia e a Matemática. Os escritos alquímicos, constituiam-se muitas vezes de grandes pantáculos e de esquemas e figuras complexas, onde procuravam sintetizar a sua mensagem simbólicamente de modo gráfico e, na maioria das vezes, de modo codificado ou dissimulado, daí, talvez a conontação dada ao termo hermético = fechado, assessível apenas para os iniciados.
Da ligação com o Hermetismo, a lei da analogia e o domínio dos três planos podem ser expressos nos dizeres abaixo, atribuidos a Tábua de Esmeralda de Hermes, conhecidos também como Versos Esmeraldinos:

"É verdade, correto e sem falsidade, que o que está em baixo, é como é em cima, para cumprir-se a Grande Obra. Como todas as coisas derivam-se da Coisa Única, pela vontade e pela palavra daquele Único que as mentalizou, assim também tudo deve a sua existência a esta Unidade, pela ordem Natural, e tudo pode ser aperfeiçoado por adaptação àquela Mente.
Seu pai é o Sol; sua mãe a Lua, o Vento a transporta em seu ventre, sua nutriz é a Terra. Este ente é o pai de todas as coisas do Mundo. Seu poder é imenso e perfeito, quando novamente separada da Terra. Separas pois o Fogo da Terra, o sutil do denso, mas com cuidado, com grande habilidade e critério.
Ela sobe da Terra ao Céu e novamente desce à Terra, renascendo e assim tomando para sí o poder de Cima e o poder de Baixo. Desta forma o explendor do mundo será todo teu, possuirás todas as glórias do universo e quaisquer trevas afastar-se-ão de tí. Nisso consiste o poder poderoso de todo poder; capaz de vencer todo o sutil e penetrar tudo o que é sólido. Do mesmo modo o universo é criado. De lá vem as realizações maravilhosas, e seu mecanismo é o mesmo.
É por isso que sou chamado Hermes Trismegistus, possuindo poder sobre os três aspectos da filosofia universal. O que eu disse da obra-mestra da Arte Alquímica, a Obra Solar, aqui está dito e encerra tudo."

A Tábua de Esmeralda - Hermes Trismegistus

segunda-feira, janeiro 05, 2004

DOIS ANOS

Completamos dois anos de existência.
Esse blog fez aniversário dia primeiro.
O calendablog avisou da data.
Eu mesma já havia esquecido.
Registro o endereço em tantos outros que depois acabo me perdendo.
Eles me acham, avisam e o sitemeter acusa.
É verdade que ando meio relapsa e só apareço de dois em dois, às vezes de três em três dias. Mas faz parte do momento, desse estado de espírito.
Aqui soltei e liberei monstros, cavalos, serpentes, os selvagens que habitam esse corpo.
Há um pouco mais de comedimento, é verdade.
Ontem confessei a ele no icq mais algumas bobagens que insistem.
Ele nunca me leva muito a sério.
Ajudou-me a achar programas e me chamou de safada.
No fundo é um amigo querido, uma fonte incessante e inspiradora.
Ele me faz bem e nem sabe o quanto.
Não sei porque teimo em achar que nos parecemos.
Só não sou dada como ele a exercícios repetitivos.
Gosto da dança, do mexer o corpo, do prazer em fazer coreografias e passos.
Já pensei que esse ano vou mudar de ramo. Quero lutar e dançar também.
Capoeira, o som, o berimbau, tudo junto. Exercício perfeito: prazer e malhação.
Ele contou que andou soltando os demônios, mas fez segredo deles.
Alma pisciana, volátil e misteriosa, flutuante em suas tantas facetas.
Metamorfose ambulante como Raul já sentenciava.
Só sei que foi bom reencontra-lo, receber novas fotos e fazer um carinho nele.
A noite foi boa, risada, malabaris e muita provocação.