sexta-feira, outubro 31, 2003

BELTANE

Hoje, comemora-se Beltane e podemos dizer que o amor está no ar.
É o Sabá da Fertilidade, da união que deu origem a todas as coisas do Universo.
Esse é o momento do ano em que a Terra se aquece no gentil abraço de calor do Sol.
Beltane ocorre no dia 1º de maio no hemisfério Norte e no dia 31 de outubro no hemisfério Sul, ou seja, para nós o ápice da primavera.
O Deus se apaixona pela Deusa - que é representada pela Donzela, também conhecida como "Rainha de Maio"(no hemisfério Norte) - e nessa festa copulam.
Pode ser representado através do átame introduzido no cálice ou caldeirão, símbolo masculino e feminino, respectivamente.
Para celebrar tal rito, deve-se acender duas fogueiras e passar entre elas para se livrar de todas as energias negativas. Nos tempos antigos, costumava-se atravessar os animais pequenos e de grande porte entre as fogueiras com a mesma finalidade. Daí advém o costume de "pular a fogueira" nas festas juninas. Cada família levava brasas desse fogo para sua casa. Carregando as brasas do fogo sagrado e acendendo o fogo doméstico, as pessoas compartilhavam do divino, representando uma bênção de esperança para um verão próspero e fértil, com uma colheita abundante.
Um dos símbolos de Beltane é o Maypole ou Mastro de Fitas. Trata-se de um mastro enfeitado com fitas coloridas. Durante o ritual, cada membro escolhe uma fita e devem girar trançando as fitas, como se estivessem tecendo seu próprio destino, colocando-se sob a proteção dos Deuses.





terça-feira, outubro 28, 2003

DESDOBRAMENTOS

Ontem ganhei mais um presente pelo aniversário.
Nunca é tarde para tal e é sempre mais gostoso ser surpreendida.
Um disco de músicas francesas. Sim, eu continuo estudando a língua.
Chama-se Gilbert D’amour, já tinha ouvido algumas canções na sua voz,
inclusive na Aliança.

Nos últimos dias descobri que a Lemniscata pode ser reproduzida pela
variação solar, numa eclíptica igual ao oito. Um libriano, curioso, tal
como eu, andou fazendo o favor de escarafunchar para mim -
O sol fotografado sempre à mesma hora em diferentes dias ao longo de um ano.
O nome para tal fenômeno é Analemna, Ana-Lemna.
Segundo meu fiel escudeiro, em sua pesquisa acerca da Ana Lemma, a grafia para tal evento pode ser
expressa como: analema, analemma, analemna.
Quando origina-se do grego o m aparece dobrado, Lemma; quando advém
do latim aparece, lemna. (lemniscata do Lat. lemniscata < Gr. lêmmískos, fita).


Um homônimo do meu amigo publicitário, Sandro Lobo, apareceu em minha caixa postal.
Baiano, coleguinha, expliquei sobre a origem do sobrenome Lobo. Absorções acadêmicas.
Situações essas que fazem parte dos dias em que fico calada por aqui, desdobramentos de
palavras, informações, trocas e sentimentos.

sexta-feira, outubro 24, 2003

A NOITE E A LEMNISCATA

A título de curiosidade vale pelo sincronismo entre a noite e a lemniscata.
O que uma percepção é capaz de descobrir ao comparar, de uma forma bem generosa, os significados
das palavras e as possibilidades das mesmas dentro de um contexto.
Não deve ter sido à toa que Ziraldo, além de excelente quadrinista, mandou assim:

"Em todos os idiomas europeus, a palavra NOITE é formada pela letra N + o número 8.
A letra N é o símbolo matemático de infinito e o 8 deitado também simboliza isso
Ou seja, noite significa, em todas as línguas, a união do infinito.

Português: noite = n + oito
Inglês: night = n + eight
Alemão: nacht = n + acht
Espanhol: noche = n + ocho
Francês: nuit = n + huit
Italiano : notte = n + otto".


Será por isso que existem tantos notívagos de plantão, tal como eu?

segunda-feira, outubro 20, 2003

XAMÃ

Fomos a uma festa de índio. Que de índio nada tinha.
Um pouco de cerva, um pouco de música anos oitenta, um resto de balada do agora.
A cidade nebulosa, como só ela sabe ser.
As ruas vazias, um frio estranho para uma primavera com cara de verão.
Narro uma linda estória de amor. Alguém que amou alguém no primeiro encontro, no primeiro beijo trocado.
Noites regadas a Dioniso, uma canga esparramada, enquanto as rendas de Iemanjá quebravam na areia.
Pés desnudos, corações abertos. Num contato, num sorriso, o amor.
Contei a história, história porque faz parte da minha história.
Alguém me disse que não existe mais história sem o 'h'.
Que seja.
A minha, poética, sempre haverá espaços para mais.
Que seja assim, que assim seja.

sexta-feira, outubro 17, 2003

REVOLUÇÃO SOLAR



Acompanho o rastro de perfume e a suavidade de borboletas. Devaneios, volitando em estado ainda letárgico, mas pronta para os próximos trezentos e sessenta e cinco dias do Ano Novo que hoje começa para mim. Revolução Solar dirigida pelos espíritos do vento, imortalizando a delicadeza e a vontade de seguir em frente, cheia de vida.Renasço em mais uma primavera.

segunda-feira, outubro 13, 2003

Ela me disse: ' Aninha, você tem que aprender a pecar sem mim' .
E assim, sua visita trouxe um tanto de vida que me desvirtua de algo que tenho trilhado, mas me faz viva, inteira, um pouco mais humana e próxima daquilo que esperam e crêem de hominal.
Ele disse no carro: ' estar com você é estar com Deus' , como se minha presença os livrasse de todos os males, como se um impulso de bem interrompesse o fluxo do mal, ou das coisas ditas dos homens. Como se houvesse em mim um tanto de celeste. Quem sabe tem e eu nao me dei conta afinal?
Ela continou o discurso: 'você reza mais que nós' . E mal sabe que nem rezo tanto. Por muito tempo me livrei de todo tipo de contato com o divino. O assédio era tal que impedia que eu me lançasse nesse mar de fluidos altos e puros.
Hoje, bebemos umas e outras, traguei e impregnei meu pulmão de cigarro. Coisa que não faço faz tempo.
Mas, a grande graça, o maior sentido disso tudo é isso: brincar com fogo!
Estou viva. Mais do que nunca.
Com anjos, santos e todo tipo de legião que me acompanha.

quinta-feira, outubro 09, 2003

MOSH!

Meu amigo Sandro Lobo, publicitário e fanático por quadrinhos, lança neste domingo, dia 12, às 20 horas na Cobal do Humaitá, a revista MOSH!. Abaixo, o release que ele mesmo preparou para quem quiser saber um pouco mais de sua nova criação:

A revista MOSH! acaba de mergulhar no mundo do rock, cheia de quadrinhos. A MOSH! é uma revista de histórias em quadrinhos, onde todas as histórias se passam no cenário da música independente nacional, tendo como personagens figuras que transitam no meio, muita birita, night, sexo e todo tipo de tosqueira.

No primeiro número, são descabaçados (os ainda não publicados) os desenhistas Vinicios Mitchell e Fábio Monstro (recém-importado da Zona Franca de Manaus). Conta também com a "Menina Infinito", çriação do fanzineiro reformado Fabio Lyra, além do traço sujo de Renato Lima que, junto com S. Lobo, edita a MOSH! Traz também uma entrevista com os AUTORAMAS, que estão lançando seu novo CD "Nada pode parar os Autoramas". E a coluna "Comic Riffs", assinada pelo músico e jornalista especializado em quadrinhos, Heitor Pitombo, comentando outras publicações desenhadas sob os acordes do Rock.

A revista, com distribuição alternativa, vai ser vendida em casas noturnas, shows, festas, estúdios e eventos de tatuagem, lojas de música, etc. E para a MOSH! não virar um elefante branco durante o show, tem formato de bolso. No Rio de Janeiro, já pode ser encontrada nos seguintes pontos: Bunker, Snake Pit, Baratos da Ribeiro, Navena Musik, O Bolacheiro, Point HQ, Cavídeo, Gibimania e Metróplis ou pelo e-mail moshlobo@yahoo.com.br

Durante o lançamento será feito um pocket show das bandas Tibone e Jimi James. O lançamento vai ser na Cavídeo, a MOSH! tem 32 páginas e custa 3 reais, o preço de uma cerveja.

segunda-feira, outubro 06, 2003

LAUTREC



Tenho uma francesa pendurada na parede.
Lá no quarto ela me fita, todas as manhãs ao abrir os olhos.
Fez como eu gostaria que tivesse sido: chapéu, penacho, jabour, olhos penetrantes.
Uma das muitas mulheres retratadas por ele.
Caricato, debochado, um apaixonado.
Da alma inquieta e das cores que figuravam liberdade,
nasceu em Alby, um mestre.
O tracejado rápido aprendeu com Van Gogh e com Degas as luzes e sombras.
Nas aquarelas, litografias, guaches o tanto de arte, boemia e vida.
No espírito que divisa outros planos, a beleza do ser é o que o faz seguir adiante.

sexta-feira, outubro 03, 2003

OUTUBRO



É de Libra.
A balança universal, a busca pelo equilíbrio.
Da mente analítica e do julgamento, a justiça sempre presente.
Zela para que ninguém saia ferido ou maculado.
Das metades que se unem pelo pêndulo,
encontrar o meio termo é sempre um árduo trabalho.
Busca na forma solta e alegre a convivência harmônica.
No rosto as covinhas características, se não estão aí, os joelhos denunciam sempre.
Signo que tem como mito Tirésias. O cego, o sábio. A visão interior.
Conta a lenda que era protegido da Deusa Hera.
Uma vez no Olimpo presenciou um ato divino: a cópula de uma cobra macho e uma cobra fêmea.
Curioso, perguntou a Hera quem sentia mais prazer - o homem ou a mulher.
Hera, sem saber a resposta, levou a questão a Zeus.
Zeus permitiu que Tirésias experimentasse ser mulher por um determinado tempo.
Passado o período, voltou a forma masculina.
Diante de Zeus e de Hera, o Deus do Olimpo perguntou: quem sente mais prazer, o homem ou a mulher?
Tirésias, sem querer deixou escapar que quem sentia mais prazer era a mulher.
Zeus, furioso, cegou-o.
Dessa essência que conhece os dois lados está o signo de Libra, capaz de compreender como poucos, naturezas tão díspares.
Regido por Vênus, deusa da beleza e do prazer.
Nascer sob sua égide é um privilégio.
E que venha Outubro e leve embora o inferno astral de agora...