segunda-feira, outubro 20, 2003

XAMÃ

Fomos a uma festa de índio. Que de índio nada tinha.
Um pouco de cerva, um pouco de música anos oitenta, um resto de balada do agora.
A cidade nebulosa, como só ela sabe ser.
As ruas vazias, um frio estranho para uma primavera com cara de verão.
Narro uma linda estória de amor. Alguém que amou alguém no primeiro encontro, no primeiro beijo trocado.
Noites regadas a Dioniso, uma canga esparramada, enquanto as rendas de Iemanjá quebravam na areia.
Pés desnudos, corações abertos. Num contato, num sorriso, o amor.
Contei a história, história porque faz parte da minha história.
Alguém me disse que não existe mais história sem o 'h'.
Que seja.
A minha, poética, sempre haverá espaços para mais.
Que seja assim, que assim seja.