"E digo ainda:
Amor e morte
Conjura breve.
Solta-me.
Revivescido
Eu digo agora.
Amor e vida:
Toma-me. "
Hilda Hilst
segunda-feira, março 19, 2012
quarta-feira, março 14, 2012
Um dia ainda vou pescar.
Quero fazê-lo ainda jovem.
Lançar minha isca ao mar.
Quem sabe fisgar um bem grande,
Ou perder muitas horas de silêncio e
Olhar perdido nas ondas,
Sem que nenhum se aventure em meu anzol.
Reminiscências infantis e meu avô.
Usava sempre boné, era careca.
Levava minhocas num isopor, molinete,
Alguns anzóis.
Lembro uma vez que pescou uma cobra do mar.
Verde reluzente com losangos negros. Língua vermelha.
O tamanho era pouco mais que um palmo.
Ela se revirou no barco e meu avô deu-lhe uma cacetada.
A partiu em muitos pedaços.
No molinete, uma nova isca, dessa vez era a cobra.
Ele dizia que era mais saboroso e atraente para os peixes.
Eu, muito pequena, fiquei com a cena na lembrança.
E quero um dia poder pescar também.
Quero fazê-lo ainda jovem.
Lançar minha isca ao mar.
Quem sabe fisgar um bem grande,
Ou perder muitas horas de silêncio e
Olhar perdido nas ondas,
Sem que nenhum se aventure em meu anzol.
Reminiscências infantis e meu avô.
Usava sempre boné, era careca.
Levava minhocas num isopor, molinete,
Alguns anzóis.
Lembro uma vez que pescou uma cobra do mar.
Verde reluzente com losangos negros. Língua vermelha.
O tamanho era pouco mais que um palmo.
Ela se revirou no barco e meu avô deu-lhe uma cacetada.
A partiu em muitos pedaços.
No molinete, uma nova isca, dessa vez era a cobra.
Ele dizia que era mais saboroso e atraente para os peixes.
Eu, muito pequena, fiquei com a cena na lembrança.
E quero um dia poder pescar também.
segunda-feira, março 05, 2012
Ele chega no ímpeto, sem nada dizer.
Dá um tranco na parede, se encosta em mim,
Morde minha boca, se esfrega em meu corpo,
Me aperta e sussurra no ouvido:
Poesia, promessas e palavras toscas.
Esse homem cheio de decisão,
Que compartilha meus desejos,
Sonhos e delírios corporais,
Me dá o que nem um outro foi capaz.
Ele me fala do amor,
Da tristeza e dos arroubos da paixão,
Guarda em si uma profusão de fantasias.
Esse homem, esse mesmo, é um universo.
Nele se desnudam o que eu jamais ousei contar.
Com ele sempre há o que descobrir a cada nova manhã.
Dá um tranco na parede, se encosta em mim,
Morde minha boca, se esfrega em meu corpo,
Me aperta e sussurra no ouvido:
Poesia, promessas e palavras toscas.
Esse homem cheio de decisão,
Que compartilha meus desejos,
Sonhos e delírios corporais,
Me dá o que nem um outro foi capaz.
Ele me fala do amor,
Da tristeza e dos arroubos da paixão,
Guarda em si uma profusão de fantasias.
Esse homem, esse mesmo, é um universo.
Nele se desnudam o que eu jamais ousei contar.
Com ele sempre há o que descobrir a cada nova manhã.
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