quarta-feira, março 14, 2012

Um dia ainda vou pescar.


Quero fazê-lo ainda jovem.

Lançar minha isca ao mar.

Quem sabe fisgar um bem grande,

Ou perder muitas horas de silêncio e

Olhar perdido nas ondas,

Sem que nenhum se aventure em meu anzol.

Reminiscências infantis e meu avô.

Usava sempre boné, era careca.

Levava minhocas num isopor, molinete,

Alguns anzóis.

Lembro uma vez que pescou uma cobra do mar.

Verde reluzente com losangos negros. Língua vermelha.

O tamanho era pouco mais que um palmo.

Ela se revirou no barco e meu avô deu-lhe uma cacetada.

A partiu em muitos pedaços.

No molinete, uma nova isca, dessa vez era a cobra.

Ele dizia que era mais saboroso e atraente para os peixes.

Eu, muito pequena, fiquei com a cena na lembrança.

E quero um dia poder pescar também.