sexta-feira, julho 27, 2012

FRISSON – SP – (1)



no fundo escrever é o nosso principal sexo, a perfeita comunhão com o corpo.

mas, sem estragá-la com os excessos da pele,

teremos parâmetro suficiente para reconhecermos

a sua perfeição?



Fonte: Crônica do Dia: RASTROS DO ÊXODO >> Leonardo Marona

terça-feira, julho 24, 2012

voo


Caminho nua pelo mundo.

Despida de eco, de complementos.

Cerro meus ouvidos as dúvidas,

Deixando que o momento guie minhas passadas.

Não, não é silêncio que busco.

E muito menos o barulho ruidoso e enganador da rua.

Escuto as odes que se lançam em minha alma.

Que sacodem as cortinas que envolvem o coração,

Liberando a alegria que se funde à poesia e traz

música, acalanto, amplidão.

E assim voo, voo alto, voo além.

E você que aqui pousa os olhos, está muito aquém,

Não sabe quem eu sou...

segunda-feira, julho 23, 2012

letras

Tenho ânsias,
delírios,
desejos e fome.
Muita fome.
Fome de letras, versos, rimas e estrofes.
Ardências em estalos que existem no céu,
no meu céu, no meu azul.
Líquidos, sabores e cheiros,
sensoriais anseios.
Quero tudo, quero mais, quero você.

quarta-feira, julho 11, 2012

semiótica

A flauta guia os transeuntes apressados.

O som inebria os desavisados.
Talvez porque o sentido sonoro provoque sensações.
Aquelas ternas, doces, românticas, as que saem aos borbotões.
Prazerosamente, ele sabe o que infunde ao redor.
Cria no ar malabarismos em notas, em melodias, acolhendo os que sentem dor.
Por trás da máscara, o anonimato.
Um ser talvez belo, talvez feio.
No mistério que cerca sua figura, pano de fundo cinza, contornado em preto e branco:
Delineia o clique, a imortal desconhecida.


domingo, julho 08, 2012

um velho texto

Como tudo nessa vida louca e sem rumo algum, agora começo.

Recomeço em mil linhas traçadas de maneira impetuosa e vulgar.
Não quero saber de coerências, acentos e circunflexos: quero mais!
Muito mais que as tendências e modificações.
Quero estar plena e total em entrega. Saber que as pessoas são voláteis, como volátil é a vida e o instante vivido.
Não tenho pretensões. Não esperem lucidez e objetividade.
Aqui faço o que quero. Pinto o nove, o dez e o vinte e dois. O sete é cabalístico demais pra entrar nessa matemática capeganda do instante.
Enfim, estou aqui. Espero permanecer. Espero encontrar minha liberdade novamente.