"Já sei a eternidade: é puro orgasmo."
Drummond
sábado, abril 28, 2012
terça-feira, abril 24, 2012
FECUNDAÇÃO
Teus olhos me olham
longamente,
imperiosamente...
de dentro deles teu amor me espia.
Teus olhos me olham numa tortura
de alma que quer ser corpo,
de criação que anseia ser criatura
Tua mão contém a minha
de momento a momento:
é uma ave aflita
meu pensamento
na tua mão.
Nada me dizes,
porém entra-me a carne a pesuasão
de que teus dedos criam raízes
na minha mão.
Teu olhar abre os braços,
de longe,
à forma inquieta de meu ser;
abre os braços e enlaça-me toda a alma.
Tem teu mórbido olhar
penetrações supremas
e sinto, por senti-lo, tal prazer,
há nos meus poros tal palpitação,
que me vem a ilusão
de que se vai abrir
todo meu corpo
em poemas.
Gilka Machado, (in Sublimação, 1928)
Teus olhos me olham
longamente,
imperiosamente...
de dentro deles teu amor me espia.
Teus olhos me olham numa tortura
de alma que quer ser corpo,
de criação que anseia ser criatura
Tua mão contém a minha
de momento a momento:
é uma ave aflita
meu pensamento
na tua mão.
Nada me dizes,
porém entra-me a carne a pesuasão
de que teus dedos criam raízes
na minha mão.
Teu olhar abre os braços,
de longe,
à forma inquieta de meu ser;
abre os braços e enlaça-me toda a alma.
Tem teu mórbido olhar
penetrações supremas
e sinto, por senti-lo, tal prazer,
há nos meus poros tal palpitação,
que me vem a ilusão
de que se vai abrir
todo meu corpo
em poemas.
Gilka Machado, (in Sublimação, 1928)
domingo, abril 22, 2012
A tarde cai, a chuva fina molha a janela,
Suas letras ecoam nos meus ouvidos, uma sensação doce, apimenta...
Arde como as labaredas do fogo, crepitando sombras poderosas,
Imagens subsequentes, desejos corporais.
Líquidos, secreções, erupções e batimentos descompassados.
Desejo em estalos e toques presentes:
Sensibilidades, afinidades, ondas magnéticas,
Sensações do além...do aqui, do presente.
Prosa, poesia e você.
Suas letras ecoam nos meus ouvidos, uma sensação doce, apimenta...
Arde como as labaredas do fogo, crepitando sombras poderosas,
Imagens subsequentes, desejos corporais.
Líquidos, secreções, erupções e batimentos descompassados.
Desejo em estalos e toques presentes:
Sensibilidades, afinidades, ondas magnéticas,
Sensações do além...do aqui, do presente.
Prosa, poesia e você.
quarta-feira, abril 04, 2012
"Então, algo se move oculto
algo que aspira o ar viciado
e sibila.
Planando com graça milenar
ele se recusar a se afastar como seus irmãos.
De olhos radiantes, sem alegria ou tristeza
seu hálito é quente e tem o sabor dos inimigos
vencidos
o odor de coisas malditas.
Com certeza, ele é o mais feroz sobrevivente
o mais puro guerreiro
brilhando, odiando.
Possuindo minha pessoa"
Daniel Agar Andros
algo que aspira o ar viciado
e sibila.
Planando com graça milenar
ele se recusar a se afastar como seus irmãos.
De olhos radiantes, sem alegria ou tristeza
seu hálito é quente e tem o sabor dos inimigos
vencidos
o odor de coisas malditas.
Com certeza, ele é o mais feroz sobrevivente
o mais puro guerreiro
brilhando, odiando.
Possuindo minha pessoa"
Daniel Agar Andros
domingo, abril 01, 2012
uma antiga carta
Pelas asas, pelo vento, um cavaleiro errante, chega. Talvez mais doce do que
o habitual tráfego emocional. Contudo, demonstra uma face masculina, viril,
poderosa. Sedutora, muitas vezes. Esquiva-se desse perfil, mas deixa no
rastro uma leve provocação aos sentidos...
Desafia a mente, a curiosidade, os pensamentos e provoca interrogações sem
limites, aquelas que insistem na cabeça e não dão trégua.
Alma carbono quanto à paixão. Diferente porque traz melancolia e amargura.
Eu trago perfume e purpurina. Coloro o céu de estrelas, jogando milhões de
partículas de luz no telhado negro. Vôo pelas rajadas de Iansã, a das
tempestades. Aquela que destrói as constelações e pinta as mais pesadas
nuvens no firmamento. Estar perto dela é como estar sujeito às reviravoltas
da calmaria. Não há repetição, há uma constante ondulação energética, nos
milhões de circuitos elétricos que desenham raios seguidos de rugidos
poderosos: trovões.
Fora do páreo se põe à deriva. Imagino se é obeso ou coisa parecida. O que o
leva a pensar desse jeito. Que padrão é esse que se sente tão distante. Não
sei, gostaria de saber. Quem sabe ele me diga e apague a interrogação.
Velar o sono. Precisaria me namorar enquanto durmo. Não selando vales e nem
se travestindo de anjo. Talvez um ser menos etéreo e mais humano. Quem sabe
um enviado que mesclasse o mundano e celeste, assim como os detalhes que
enchem a minha escrita. O infernal que não nos abandona, o lado torpe que
existe em cada um, com suas mazelas, fixações, compulsões. Do que seria
feito o homem? O que essa alma busca nesse contato delicado e puro? Tal qual
Diandra, a moça da floresta. Tão parecidos, tão doces e românticos. Acho-os
tão compatíveis. Muito distantes dos meus infernos e delírios.
De uma forma mais lenta e menos ligeira, desejo a você um ótimo fim de
semana.
beijos,
Ana
o habitual tráfego emocional. Contudo, demonstra uma face masculina, viril,
poderosa. Sedutora, muitas vezes. Esquiva-se desse perfil, mas deixa no
rastro uma leve provocação aos sentidos...
Desafia a mente, a curiosidade, os pensamentos e provoca interrogações sem
limites, aquelas que insistem na cabeça e não dão trégua.
Alma carbono quanto à paixão. Diferente porque traz melancolia e amargura.
Eu trago perfume e purpurina. Coloro o céu de estrelas, jogando milhões de
partículas de luz no telhado negro. Vôo pelas rajadas de Iansã, a das
tempestades. Aquela que destrói as constelações e pinta as mais pesadas
nuvens no firmamento. Estar perto dela é como estar sujeito às reviravoltas
da calmaria. Não há repetição, há uma constante ondulação energética, nos
milhões de circuitos elétricos que desenham raios seguidos de rugidos
poderosos: trovões.
Fora do páreo se põe à deriva. Imagino se é obeso ou coisa parecida. O que o
leva a pensar desse jeito. Que padrão é esse que se sente tão distante. Não
sei, gostaria de saber. Quem sabe ele me diga e apague a interrogação.
Velar o sono. Precisaria me namorar enquanto durmo. Não selando vales e nem
se travestindo de anjo. Talvez um ser menos etéreo e mais humano. Quem sabe
um enviado que mesclasse o mundano e celeste, assim como os detalhes que
enchem a minha escrita. O infernal que não nos abandona, o lado torpe que
existe em cada um, com suas mazelas, fixações, compulsões. Do que seria
feito o homem? O que essa alma busca nesse contato delicado e puro? Tal qual
Diandra, a moça da floresta. Tão parecidos, tão doces e românticos. Acho-os
tão compatíveis. Muito distantes dos meus infernos e delírios.
De uma forma mais lenta e menos ligeira, desejo a você um ótimo fim de
semana.
beijos,
Ana
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