Pelas asas, pelo vento, um cavaleiro errante, chega. Talvez mais doce do que
o habitual tráfego emocional. Contudo, demonstra uma face masculina, viril,
poderosa. Sedutora, muitas vezes. Esquiva-se desse perfil, mas deixa no
rastro uma leve provocação aos sentidos...
Desafia a mente, a curiosidade, os pensamentos e provoca interrogações sem
limites, aquelas que insistem na cabeça e não dão trégua.
Alma carbono quanto à paixão. Diferente porque traz melancolia e amargura.
Eu trago perfume e purpurina. Coloro o céu de estrelas, jogando milhões de
partículas de luz no telhado negro. Vôo pelas rajadas de Iansã, a das
tempestades. Aquela que destrói as constelações e pinta as mais pesadas
nuvens no firmamento. Estar perto dela é como estar sujeito às reviravoltas
da calmaria. Não há repetição, há uma constante ondulação energética, nos
milhões de circuitos elétricos que desenham raios seguidos de rugidos
poderosos: trovões.
Fora do páreo se põe à deriva. Imagino se é obeso ou coisa parecida. O que o
leva a pensar desse jeito. Que padrão é esse que se sente tão distante. Não
sei, gostaria de saber. Quem sabe ele me diga e apague a interrogação.
Velar o sono. Precisaria me namorar enquanto durmo. Não selando vales e nem
se travestindo de anjo. Talvez um ser menos etéreo e mais humano. Quem sabe
um enviado que mesclasse o mundano e celeste, assim como os detalhes que
enchem a minha escrita. O infernal que não nos abandona, o lado torpe que
existe em cada um, com suas mazelas, fixações, compulsões. Do que seria
feito o homem? O que essa alma busca nesse contato delicado e puro? Tal qual
Diandra, a moça da floresta. Tão parecidos, tão doces e românticos. Acho-os
tão compatíveis. Muito distantes dos meus infernos e delírios.
De uma forma mais lenta e menos ligeira, desejo a você um ótimo fim de
semana.
beijos,
Ana