domingo, abril 01, 2012

uma antiga carta

Pelas asas, pelo vento, um cavaleiro errante, chega. Talvez mais doce do que


o habitual tráfego emocional. Contudo, demonstra uma face masculina, viril,

poderosa. Sedutora, muitas vezes. Esquiva-se desse perfil, mas deixa no

rastro uma leve provocação aos sentidos...

Desafia a mente, a curiosidade, os pensamentos e provoca interrogações sem

limites, aquelas que insistem na cabeça e não dão trégua.

Alma carbono quanto à paixão. Diferente porque traz melancolia e amargura.

Eu trago perfume e purpurina. Coloro o céu de estrelas, jogando milhões de

partículas de luz no telhado negro. Vôo pelas rajadas de Iansã, a das

tempestades. Aquela que destrói as constelações e pinta as mais pesadas

nuvens no firmamento. Estar perto dela é como estar sujeito às reviravoltas

da calmaria. Não há repetição, há uma constante ondulação energética, nos

milhões de circuitos elétricos que desenham raios seguidos de rugidos

poderosos: trovões.

Fora do páreo se põe à deriva. Imagino se é obeso ou coisa parecida. O que o

leva a pensar desse jeito. Que padrão é esse que se sente tão distante. Não

sei, gostaria de saber. Quem sabe ele me diga e apague a interrogação.

Velar o sono. Precisaria me namorar enquanto durmo. Não selando vales e nem

se travestindo de anjo. Talvez um ser menos etéreo e mais humano. Quem sabe

um enviado que mesclasse o mundano e celeste, assim como os detalhes que

enchem a minha escrita. O infernal que não nos abandona, o lado torpe que

existe em cada um, com suas mazelas, fixações, compulsões. Do que seria

feito o homem? O que essa alma busca nesse contato delicado e puro? Tal qual

Diandra, a moça da floresta. Tão parecidos, tão doces e românticos. Acho-os

tão compatíveis. Muito distantes dos meus infernos e delírios.

De uma forma mais lenta e menos ligeira, desejo a você um ótimo fim de

semana.
 
beijos,
Ana