quarta-feira, outubro 01, 2008

LIBRA



Pela égide da constelação de Libra, vibram cordas tão perfeitas e tenazes que mesmo o peso na balança imprecisa se equilibra. Clama Vênus ao céu astral a harmonia ainda desconhecida, quando entre a virgem despida e inaudita, ouve-se o escorpião que grita pelo veneno da vida. Libra, então, expõe seu modo idealista, seu charme e seu bom gosto e diz calmamente com voz aflita: se um dos pratos da balança afaga o coração foguista; o outro ergue a afiada espada da mente, quedando as ilusões sofridas. O privilégio é tanto, que do braço marcial erguido e infalível em juízo, vê-se a deusa com os pés descalços subindo os degraus do coração mais livre, o do artista. E dos vãos eqüidistantes do templo da harmonia, a beleza passeando alegremente, e ora distraída, absorve os sentidos mortais e os cativa, que se o mundo é em parte requintado, é graças aos nativos de Libra. Se somos em existência partilhada na onipresença desse ar que respiramos a vida: a igualdade é a vocação mais bonita. (Carlos Costa)

quarta-feira, setembro 10, 2008



Os gregos diziam que se maravilhar é o primeiro passo no caminho da sabedoria
e que, quando deixamos de nos maravilhar estamos em perigo de deixar de saber.

E. H. Gombrich

quinta-feira, março 20, 2008

PRESENTES

A vida e suas surpresas inesperadas. E não é que na minha sempre acontece? Quando a gente menos espera, quando está desligada, até mesmo distante, aquém de pessoas que representam algo especial em nossa vivência e, de repente....tcham tcham tcham...trazem um brilho especial ao cotidiano previsível.
E eu amo essa imprevisibilidade dos acontecimentos, quando uma nova onda se mistura e traz tonalidades vibrantes ao que era previsível.
Duas máscaras que remontam Veneza, uma paixão inigualável que em meus sonhos acalento um dia visitar antes que a cheia do mar suma com sua beleza medieval, instalando personas alegres em minha imaginação. E os cristais dependurados em cascata, irradiando as cores do arco-íris e inundando o spectro do dia.
Beleza pura. Criatividade o tempo todo.
Agradeço a lembrança, agradeço o carinho e principalmente, a sua amizade.

segunda-feira, janeiro 14, 2008

ABSOLVENDO O AMOR

Duas historinhas que envolvem o amor.
Uma mulher namora um príncipe encantado por dois meses e então descobre que ele não é príncipe porcaria nenhuma, e sim um bobalhão que não soube equalizar as diferenças e sumiu no mundo sem se despedir. Mais um, segundo ela. São todos assim, os homens. Ela resmunga que não dá mesmo pra acreditar no amor.
Peraí. Por que o amor tem que levar a culpa por esses desencontros? Que a princesa não acredite mais no Pedro, no Paulo ou no Pafúncio, vá lá, mas responsabilizar o amor pelo fim de uma relação e não querer mais se envolver com ninguém é preguiça de continuar vivendo. Não foi o amor que caiu fora. Aliás, ele talvez nem tenha entrado nessa história. Quando entra, é para contribuir, para apimentar, para dar sabor, para fazer feliz. Se o relacionamento não dá certo, ou dá certo por um determinado tempo e depois acaba, o amor merece um aperto de mãos, um muito obrigado e até a próxima. Fique com o cartão dele, com os contatos todos, você vai chamá-lo de novo, vai precisar de seus serviços, esteja certa. Dispense namorados, mas não dispense o amor, porque ele estará sempre a postos. Viver sem amor para sempre é azar ou incompetência. Mas não pode ser uma escolha, nunca. Escolher não amar é suicídio simbólico, é não ter razão para existir. Não me venha falar de amigos e filhos e cachorros, essas compensações amorosas sofisticadas, mas diferentes. Estamos falando de homens e mulheres que não se conhecem até um dia, uau. Acontece.[...]"

(Martha Medeiros - Jornal O Globo, Revista O Globo pág.:18 - 13/02/08)