quinta-feira, janeiro 22, 2004

POETAR

Bilac, Alves e Dias.
Pitorescas histórias, Dante Milano, também.
No sarau onde cada um cantava um pouco de poesia,
a moça de cabelos curtos, desenhava serpentinas no ar.
Na dança árabe, tal o tipo moreno, poderia ter vindo do oriente.
Os guizos que possuem outro nome, os véus caindo pelos quadris,
o som de castanholas agudas, o mexer da pélvis, fixou todos os olhares.
Painel com os patronos escolhidos e fotos. Tirei uma e saí na outra.
Fiquei como espectadora, somente. Prefiro assim, devagar, observando.
Figuras ilustres dessa cidade estavam lá.
Gente que entrevistei e que já fizeram parte de linhas no matutino.
Escolhi de olhos fechados um laço. Branco.
Cor que gosto, sobremaneira. Irei usar uma peça dessa cor, alva.
A minha foi fácil, pior quem tirou lilás.
Aconteceu com o professor e ele decidiu trocar por outro tom.
Cadu tem como patrono Renato Russo. Declamei com ele o faroeste, caboclo.
A história de um tal de João de Santo Cristo. Terceira geração venerando o poeta.
O mesmo menino leu a história do presépio de Natal e ficou no ar uma incumbência para dezembro desse ano. Escolher uma figura e trazê-la à vida pelas letras.
Não sei quem eu seria no presépio. Tão distante do meu universo mundano e terreno. Vamos ver...
Um soneto de Bilac quebrou minha boba cisma. Tórrido é apelido, caldeirão em ebulição.
Diante dele, as minhas paixões são fichinha.
Naquele tempo o ardor consumia a decência e os pudores.
Conquistar o objeto de desejo ou como eles diziam, a mulher amada, era trabalho árduo.
Hoje, parece que esse encanto se desfez e tudo ficou banal, fácil demais.
Tempo bom aquele onde pecar realmente tinha um gosto especial.