domingo, novembro 18, 2007



O escorpião, movendo-se na poeira cósmica de uma massa escura e luminosa, oculta seu interior vulcânico de paixões. Embora, na forja abissal de suas entranhas revele-se o céu alquímico e transformador de tudo; e de suas metades, o sexo e a morte, nasce a flor nua e púrpura da vida, o desejo. “Acaso a luz cumpre sua promessa em função de alguma vontade mortal?” , exaspera escorpião. Façamos um trato diante do fogo e de suas razões. Queimemos nossas próprias dúvidas para sermos menos dependentes e mais atuantes. E lembremo-nos, escrúpulos demasiados detém o processo criativo e toda a realização se perde no deserto híbrido de gelo e fogo da estagnação.

Carlos Costa