domingo, abril 18, 2004

TIGRE

Compara-se ao tigre, me informa de leões distantes, tubarões e estabelece
geograficamente onde mora.
Diz da riqueza e da pobreza, da beleza e da feiúra, da mediocridade e da
filosofia. A dualidade, a antítese.
Não cansa de ser narciso, sem precisar de espelho, se compara aos Baldwin.
Ele, não. As outras pessoas.
Deseja ser como Tolkien e outros que desconheço o nome porque ainda não
contou.
Quer imortalizar a escrita, morrer e deixar viva a obra, como os grandes
gênios, os mestres.
Alerta para ter cuidado, para eu não esperar nada.
Diz que sou diferente, mas não inexplorada. Acha-me cópia de algo que
viveu.
Eu rio disso tudo, não sei onde vamos parar. Quero me lançar nesse universo
sem peso, sem estabilidade e que não exibe saída.
Perambulo por esse trajeto com uma lamparina antiga, mas os meus pés ainda
estão sem apoio, não enxergo-os. Sigo o fio da meada, sem medo de encontrar
um monstro que tenta me pegar e destruir o que parece existir de grande, bonito
e forte.
Vamos ver. E esse jogo de palavras, dá sabor, refresca, dá vontade de
continuar seguindo em sua direção, desafiando sua arredoma invisível,
penetrando seu ego inflado e sua pseudo-segurança.
Não há nada que me empeça de chegar ate aí, até você. A menos que interrompa
esse elo formidável e distante.
Retiro disfarces, você larga mais máscaras pelo caminho.
E se me dá prazer, por que parar?!
Venha, como a esfinge, devore-me!