quinta-feira, janeiro 19, 2012
Zéfiro II
Crio porque isso por si dá sinal à existência.
Deixo que teça os sonhos mais impossíveis, mesmo porque de impossíveis nada têm.
E assim, as batidas desritmadas e ao mesmo tempo acústicas expandam o tanto de emoção, flor e chuva que preenchem a alma.
E o que é a alma, senão um montaréu de pedaços a serem recolhidos e reagrupados.
E o que faz da vida algo mais intenso e profundo do que os sentimentos que avassalam qualquer tipo de razão que surja no caminho.
Não me aprofundo então, deixo-me atingir pela flecha, Cupido lança seus dardos e eu me entrego a ales. Mesmo que sejam envenenados e que no final matem o que poderia ser só poesia.
E daí. Se isso alimenta alma, o resto é divagação.
Uma noite de ventos transformadores, quiçá um Zéfiro a lançar brumas e reviravoltas ao que está aparentemente adormecido.
Que venha o estrondo, o inesperado, o que eu não aguardo e não faço análise.
Lança-se, esparge-se, liberta-se.