terça-feira, março 16, 2004

LA TOMBE DE LA NUIT

O ar envolve os sentidos.
As árvores balançam com a força do vento.
Não se quebram diante de sua força, deixando-se levar pelo movimento.
Ciente do que refaz a natureza, impregnando de sentido e cores a existência,
embalamos acordes e melodias.
No nada que aparentemente flui, um monte de vida desperta.
Na raiz que insiste na terra, que faz gerar um novo broto, um ramo, um fruto.
Na busca que se faz iminente, nas conjecturas humanas e imperfeitas,
uma nova oportunidade, uma chance de reedificar a estrutura.
Num ser angélico e distante, na cerveja que desce na goela, no prazer imperfeito e na força que direciona os passos: um novo entardecer.
Que caia feito flecha, desmorone e dissolva o mais belo dos azuis, na aura branca e perfumada que clareia nossos passos, um novo entardecer, trazendo à vida a escuridão, a luz que embala enamorados, seresteiros e poetas.