quinta-feira, dezembro 23, 2004

Faz uns dois meses que eu ando com esse pensamento na caixa de entrada do Outlook. Aliás, eu comumente faço isso com aquilo que me toca e precisa de resposta. Muitas vezes a resposta sai de supetão, no afã, sem revisão, como agora que escrevo movida pela vontade. O ímpeto comanda os dedos, a sensação, uma estranha força que impulsiona o que aparentemente parece adormecido.
A chuva cai torrencialmente, saímos na primeira página de jornal, inundação, alagação, a cidade submersa pelo dilúvio divino em bicas de Natal. Eu não gosto dessa data, nunca gostei. Uma sensação de vazio sempre se apodera e a vontade é de fazer algo que preencha uma estranha tristeza que toma conta. Já pensei em sair por aí e distribuir comida, dar o muito que tenho a quem nada possui. Ainda vou fazer isso, talvez minha alma se compraza e encontre um significado real para a comemoração do dia 25. Para mim, apenas uma data, uma data como muitas forjada por um papa louco que transformou o calendário. Nada além.

Mas não era nada disso que eu ia postar aqui, hoje. Esse pensamento que a Angel Blue publicou no Multiply está aqui desde outubro e por muitas vezes parei para relê-lo, vou deixar para quem aqui parar e chegar até essas minhas mal traçadas linhas:

"Nenhum homem deve passar pela vida sem
experimentar uma vez a saudável, ainda que
entediante, solidão no ermo, dependendo
exclusivamente de si mesmo e, assim,
descobrindo a sua força oculta e verdadeira".

Jack Kerouac