segunda-feira, julho 18, 2005

ESTÁTUA

Ele chegou e estancou: uma estátua de bronze, reluzente.
Os olhos pareciam vivos, cintilavam ao encontrar os seus.
Fixos, eles o seguiam onde quer que ia.
Andou por todo o salão e retornou a ela.
Imóvel, parecia ter vida.
Tinha a nítida sensação de que uma ação mais brusca lhe traria ar aos pulmões.
Aproximou seu corpo quente daquela massa metálica,
grudou seu sexo no dela, hipnotizado, abraçou-a.
Deixou que a temperatura se igualasse.
Colou seu rosto no dela, sentiu seu perfume ocre.
Encostou seus lábios no dela.
E no instante seguinte, envolto naquele ardor, embevecido pelas sensações,
ela cravou as unhas em suas costas, penetrou fundo suas entranhas.
Uma dor lancinante percorreu todo seu corpo, ele sem ar, atônito, olhos arregalados.
Ela, cheia de si, esfregou seu sangue na parede...