segunda-feira, fevereiro 24, 2003

Quantos enterros serão necessários para transformar os sentimentos?
Quantas luzes bruxuleantes estarão ciceroneando os pensamentos?
Quantas partidas ainda existirão pela proa?
Quantas vezes é preciso se perder para ver quanto vale encontrar?
Quantas gotas deverão ser vertidas até que o lago mantenha-se no nível exato?
Quantos imponderáveis estarão na pauta da existência?
Quantas despedidas deverão ser partilhadas daqui para frente?
Quantos analgésicos ainda estarão à disposição na solução das dores?
Quanto tempo ainda falta? Quanto?
Será que o final é um ponto ao término da linha ou um paliativo imaginário como o horizonte?

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"E é sempre melhor o impreciso que embala do que o certo que basta,
Porque o que basta acaba onde basta, e onde acaba não basta
E nada que se pareça com isto deveria ser o sentido da vida".
Fernando Pessoa