sexta-feira, novembro 28, 2003

CIGANO

Tudo que ele toca é ouro.
Do violão ao sax, o som, a melodia, os acordes.
Das partituras e rimas produz frisson, empatia.
Do jeito natureba e budista, encantamento.
Não olha, não encara, não dá chance.
Nem bilhetes e nem ligações surtiram efeito.
Se o que foi feito fosse ruim até daria para entender.
E não foi. Ou será que foi e não me dei conta afinal?
Só sei que barbudo, com costeletas, ainda assim fica com cara de cigano.
O pequeno brinco na orelha compõe. Se pusesse um lenço vermelho ficaria perfeito.
Gostaria de não olhar e não sentir.
Gostaria que tudo voltasse ao que era antes.
Quem sabe um dia ele me dá a chance de falar?
Quem sabe um dia...