sábado, novembro 22, 2003

ESQUINA

Quantos adeuses ainda existirão pela frente?
Quantas saudades ainda somarão dentro do peito?
Quantos deuses divisarão os mundos,
tal a pluralidade de estágios e planetas?
O dia cinza, eu também.
Neutralidade e nostalgia se fundem.
Tantas promessas faço para em seguida pô-las a nocaute.
Se pudesse controlar a vida seria muito bom.
Mas por mais que eu lute contra o senhor imponderável, ele
sempre consegue driblar minhas estratégias e derrubar minhas mais potentes milícias.
No espiral da existência, a escada em caracol perfaz um antigo caminho.
Eu sigo por essa calçada nua e caminho por entre as folhas secas e amareladas que lotam o chão.
O vento é meu único companheiro, além das nuvens escuras que telham o céu.
Adiante atravesso um cruzamento, vejo os luminosos e apelos comerciais.
Na próxima esquina não sei que virá.