domingo, maio 25, 2003

A DEVASSIDAO MATA O AMOR

O estranho foi ver naquele encontro fugaz e inesperado,
No apartamento pequeno e simétrico,
O que vertia de seus olhos.
Seria impossivel nao me apaixonar.
Seria pedir demais nao querer estar.
E por mais que a madrugada avisasse,
Meu desejo extravasava poros,
Mesmo que fechasse a porta e partisse.

Saisse e levasse o tanto da paixao que guardei.
Nos papéis amarfanhados e com serrilhas.
Aqueles do caderno em que pus a nossa estoria,
Ainda que ela tenha sido efêmera e instantânea,
Como as grandes paixoes o sao.

O segundo encontro nao vingou.
Você sentenciou: a devassidao mata o amor.
Naquela rua de amendoeiras e lembranças felizes,
O apartamento cerrou suas portas, solitario.
Ali, na Anita Garibaldi, entre o luxo e o lixo de travecos e putas.
No pf da esquina com Nossa Senhora e a Santa Clara.