sábado, maio 17, 2003

DO ECLIPSE

Pode ser que nada faça sentido, se o eclipse atravessa a meia-noite e mostra a nossa pequenez.
O amor pode estar nessas letras tortas, nesse guardanapo improvisado, na caneta bic azul que emprestaram.
Pode estar na ausência de rumo em noites imensas e insanas.
Vontades, ânsia de provar um pouco mais.
O instante pede um sanduba.
Mercedes para quem carece de algo além do ser.
Abraços e súplicas, promessas em cadentes repentinas na escuridão.
O eclipse insiste em comer mais um pedaço de luz.
Da grande roda branca, surge agora uma meia lua, uma alva e tênue linha.
A noite perde Cibele e as constelações faíscam no negrume celeste.
As previsões astrológicas são alarmantes: a pneumonia asiática chegará
Ao Brasil ou um grande surto de gripe vai se abater sobre todos.
A cheia retoma seu lugar, revolve os seres, a madrugada e todas as águas do planeta.