sábado, agosto 30, 2003

NO FOG

Bisbilhota, escarafuncha, os olhos seguem as letras, as orações, suas coordenadas.
Nem sempre transitivas, nem sempre diretas. O sábado é frio, gélido, tal a alma que abriga o corpo.
No ser resquícios de uma estória bonita, das tantas que vamos desenhando pela existência.
Tínhamos pureza, um quê de criança, um toque doce, quase algodão doce, multicor, arco-íris.
Pelo coração saltam selvagens criaturas, indomáveis cavalos, sigo o destino.
Sem ter como medir o próximo instante, comandada pela vontade, suspensa pelo ar, em devaneio.
Amanhã é outro dia, ainda bem. E já, já se faz setembro.
Quando a primavera chega e explode flores, rascunha paisagens coloridas, anula o fog ao redor.
O mesmo que nebula os olhos, esses mesmo que aqui estão a seguir a trilha dessas letras,
desse texto sem sentido, quando só o ser fala e a razão vai comprar cigarros na esquina.
Uma baforada e tudo se esvai.