segunda-feira, dezembro 09, 2002

CINTILAÇÕES II

Balança o lenço, o que parece ser um bom o sinal.
Embute a certeza de que ambos conjuminam na saudade que belisca o coração.
Todos os dias olha para ela, delicia-se com seu discurso e fantasia o imaginário.
Intimamente arde, mas recolhe-se enquanto avoluma a vontade de chegar perto.
Tocá-la, um dia, quem sabe. Provar o gosto de seus lábios, apertá-la contra o peito, sentir seu cheiro, perder o controle e entregar-se ao impulso que sente.
Supõe que não o quer mais, esqueceu-se dele. Pede uma trégua enquanto diz que na espreita, permanece cevando o desejo.
Declara-se, esparrama-se e confessa seu imenso vazio.
Afinal, não há motivos para isso. As palavras são prá você.