segunda-feira, dezembro 16, 2002

UM NACO DO RIO



Há paisagens que de forma irracional tiram-me do sério.
Suscitam emoções que andam sob rédeas curtas e domadas.
Onde não tem havido lugar para exageros e passionalidades.
Vi o que é famigerado, faz parte da porção carioca.
Do nascimento na enseada, naquela ali em Botafogo.
E algo arrepia e inebria diante daquilo lá.
Um Rio horizonte, como pano de fundo para a Ilha.
Governador, Praça do Avião, Hospital da Aeronáutica.
Há uma praia conhecida como Bica, onde, como conta meu irmão,
Namorados vivem em corridas de submarino.
Não, não é amarelo como o dos Beatles. É azul, numa tela noir,
Difusa, pelos tons que se fundiam pelo céu coberto de nuvens.
Um ar de maresia que enche as narinas e nos transporta à Ponte.
A que une a Terra de Araribóia ao Pão tão Doce que é só Açúcar.
O Cristo estava de lado, dessa vez ele abria os braços mas não
Em minha direção.