terça-feira, janeiro 07, 2003

DIANDRA & SELENE

Lá onde moro, na Terra de Muitas Palmeiras, corre um vento noturno que, por motivos vários, batizei de Diandra e como a tal andava sumido.
Esta madrugada acordei sobresaltado. A casa tremia, portas e janelas eram forçadas com fúria e um rugido enchia o ar.
Era "Diandra". Com uma força e uma ânsia que eu jamais vira.
Levantei-me apressado e semi-nú sai para o quintal. "Diandra" envolveu-me, sua energia invadiu-me de tal forma que me sentia carregado por suas asas. Mas havia algo mais. Uma outra energia. Abri os olhos e contemplei os campos e montes brilhando sob uma luz branca, etérea. Algo agitou-se dentro de mim. Algo antigo, primitivo, selvagem. Algo que queria libertar-se e correr, caçar sob aquela luz. Um predador.
Voltei-me para o céu e lá estava ela, como uma amante em seu leito. Lânguida, sedutora, soberana, com um brilho tão intenso que as próprias estrelas se retiraram, deixando a noite só para ela. Sua força, poderosa como a do Astro-Rei, meu regente, mas diferente. Suave , terna. O animal acalmou-se. Algo mais elevado principiou a surgir em seu lugar.
Adormeci com o toque de Selene na pele e os sussurros de Diandra nos ouvidos.
Sonhei com ambas.

Daniel Agar Andros