segunda-feira, janeiro 06, 2003

GASPAR, BALTAZAR E MELQUIOR

Dia de Reis é marco, sinaliza o desmanche, hora de todos os objetos que ornaram a casa retornar às caixas de papelão, voltam ao seu lugar de origem: os armários.
Há uma simpatia sugestiva, justamente por ser uma crendice popular e usar o nome de Jesus para trazer todo o ouro do mundo para cada um que chupa os caroços de romã. Seis, o dobro, o trio duplicado. Gosto de sete, faria com sete coroços ao invés de meia dúzia. Aqui todos tem o hábito de fazer esse ritual, despejando na terra os caroços secos velhos da carteira, enquanto os chupados e inteiros entram num novo embrulho, num canto secreto da bolsa de notas.
Retornei de uma viagem com o aconchego de malas saudosas, tomada de carinho e a cumplicidade que marca o encontro com amigos verdadeiros. E comecei hoje um novo empreendimento, ousado eu diria, mas que promete alastrar o que precisa ser passado adiante, um desafio, do jeito que eu gosto, desmoronando a previsibilidade e deixando o caminho aberto para o inesperado...
E vamos em frente pedindo: ouro, incenso e mirra aos reis.