terça-feira, julho 08, 2003

MOSAICO



Parece que tudo acontece simultaneamente e não consigo dar conta do rojão.
Explodem as faíscas e incendeiam a rotina.
O que aparentemente está fixado no presente, volta ao passado.
E o que aconteceu há um ano atrás, repete-se.
Ele volta à margem do cais e eu ao conto policial.
O agente a perambular furtivamente por casas e micros alheios.
Saltando aqui e acolá, manobras radicais e muito jogo de cintura.
Jogamos capoeira, aplicamos um golpe, eliminamos os problemas.
Agora consigo respirar um pouco mais lentamente e isso já traz um pouco mais de calma.
O que não foi escrito pela caneta tinteiro e nem pela pena que está ao lado do nanquim.
O dia passa rápido e os dedos deslizam com velocidade por aqui.
É um fóton a faiscar aqui e desaparecer no momento seguinte, transmutando as máquinas.
Por enquanto ele ficará no estaleiro, cuidado por mãos habilidosas.
E eu contando os dias para voltar a entrar em seu interior e navegar.
Não espero um peixe gigantesco e nem mesmo dourados.
Quero navegar feito o velho, com a certeza daquilo que busco e sei onde encontrar.