domingo, julho 13, 2003

UM DIA DE INVERNO

Atmosfera londrina, enfumaçada.
Branca, tenra, nevoeiro, visão nublada.
Da janela o verde ganha aura clara e confunde-se com o resto da paisagem, opaca.
No vidro milhões de gotículas. A chuva deu trégua, diferente de ontem.
No cotidiano uma conversa sem antecedentes. Vou dançar caipira.
Já comecei a bolar o modelito, a maquiagem e o penteado. Vai ser bom voltar a fazer molecagem e travessura. Perambular por barracas de brincadeiras. Todos adultos.
Isso acontece no fim da semana que entra.
Agora, no almoço, cozimento de proteínas em molho de tomate especial.
Gostosuras em caixinhas, um pouco mais de tempero e carinho.
Salada colorida, folhas e folhas. A hortelã quebra a rotina. Preferia a rúcula.
Dizem que gosto de sabores e alimentos paulistas, apesar da carioquice.
Sinto-me bem em Sampa, na capital, no interior. Tanto faz.
Talvez por aspectos em semelhança com essa cidade serrana que vivo.
A gastronomia, os restaurantes, o que é exótico e intimista.
Ao final reunimos ao redor da mesa aqueles que gostamos ou até os que não.
Pode ser a família, os amigos, o amor, conhecidos, futuros parceiros.
Fechamos negócios, combinamos metas, selamos pactos, vivificamos o amor
e alcoolizamos a amizade por mais anos, talvez pela fragilidade do instante, daquele
em que a gente perde a noção da hora e nem sempre percebe que na sutileza e nos pequenos prazeres está a real felicidade.
E o domingo fecha a cortina e anuncia o inverno que se estenderá pela semana.