quarta-feira, julho 02, 2003

PALETA

Toca a boca, passa o dedo para lá e para cá.
Entreaberta, parece compactuar com o estranho invasor,
Redesenhando no movimento cíclico a carne rosada.
Os olhos mergulhados no ontem e borrados de crayon.
Lagos de lágrimas salgadas.
A tez pálida, quase azulada pelo inverno.
Os dedos longos, as unhas redondas.
Pintadas de esmalte vinho, reluzente.
Mão que traduz poder.
Vermelho e preto, fundidos, tinto.
O mesmo que celebra a vida e embriaga o ser.