terça-feira, agosto 20, 2002

ESPIRAL IV



Ela tem o dom de despertar em mim a delicadeza.
Ângulo que parece maculado, riscado, com inúmeras farpas, o que impede a sua fluidez, no original.
A carapaça é medonha e escura. E protege, me guarda das intempéries, produz uma fortaleza poderosa ao redor, impenetrável, indestrutível.
Aprendo até a arte da guerra, que usa algumas táticas, a mim muito mais teóricas do que práticas. Como todo militar, que se recolhe em seu posto de comando a dispor da balística para decidir sobre equipamentos bélicos e estratégias a serem utilizadas: finco, estanco, não sigo.
Pois naquela floresta, mergulho em riachos e transcendo ao estático cotidiano. Lá sou a parte viva, a reluzir em transparentes composições de agadoisó o que de mais cristalino há em minha essência. À mercê das águas, semi-nua, envolta pelo grande útero, retorno ao começo e o fim de tudo.
Gaia me abraça.