quarta-feira, setembro 18, 2002

BEBENDO ESTRELAS

Reza a lenda que a origem do tim-tim pode estar relacionada ao ato de beber o champanhe. Assim, dizem que houve preocupação em exaltar os cinco sentidos. O primeiro: a visão. Deveria ser belo. E assim caprichou-se na cor, nas bolhas; O segundo: o paladar. Esmerou-se no gosto delicado e ao mesmo tempo original; O terceiro: o tato. Procurou-se um material límpido, o cristal, que não alterasse a temperatura; O olfato: o bouque. Fabricou-se o melhor vinho branco para armazenar o aroma característico da bebida; Contudo faltava a audição. E foi aí que inventaram o brinde, o som estalando de uma taça ao encontrar-se com outra taça. Pronto: o alquímico prazer de beber o champanhe estava completo.
Ainda há uma outra teoria que diz que isso foi instituído na Idade Média quando ao receber um conviva, o dono da casa podia tentar envenená-lo. Para precaver-se da fatalidade, o visitante batia sua pesada caneca contra a outra, respingando a bebida que havia no seu copo no do outro. Se houvesse algo mortal, os dois cairiam duros.

O champanhe teve início no século XVII, através do monge beneditino Dom Pérignon. Este, era responsável pela adega da abadia francesa de Hautvillers, na diocese de Reims, situada em Champagne.
Nessa época viviam rigorosos invernos e com a chegada da primavera, algumas garrafas de vinho da adega começaram a estourar. Dom Pérignon e os vinicultores locais pensaram,como não entendiam o motivo para tal evento, tratar-se de obra do demônio. Contudo, continuaram atentos e observando o fenômeno. Logo descobriram que a mudança de temperatura provocava uma segunda fermentação nos vinhos, formando gás carbônico dentro das garrafas e assim, provocando os estouros. A adega passou a utilizar garrafas mais resistentes e rolhas de cortiça seguras por arame para lacrar o vinho, antes tapados com chapinhas de metal, para permitir que ocorresse a segunda fermentação sem a perda da bebida
Dom Pérignon ao provar a bebida fermentada, teria saído correndo por toda abadia, gritando aos quatro cantos: "Estou bebendo estrelas".