quinta-feira, setembro 12, 2002

A CASA DOS SETE ERROS



O dia teve um toque diferente com a ligação inesperada de uma amiga querida que não via há muito tempo. Irmã por empréstimo da vida, amiga de dividir canções, lágrimas e muita viola quando a gente ainda aprendia a ser grande. Quando meninas brincavam ainda de ser mulher.
Pois, então, ela ligou e passou aqui. Fomos tomar um chopp à tarde, Petrópolis estava amena com o tipo de clima que convida a não ter pressa, um vento gostoso que fazia acrobacia com folhas, com os cabelos da gente. Decidimos, apesar do horário ainda cedo, dar um pulo na casa de chá da Casa dos Sete Erros, agora conhecida como Casa de Cultura de Petrópolis. Um espaço centenário que virou local de visitação e que oferece uma série de atividades durante toda a semana, desde exposições itinerantes até show e jantar aos sábados pela madrugada.
A primeira vez que estive lá ainda estava abandonada, pertence à família Rocha Miranda, uma das mais tradicionais da cidade e eu lembro de ter bebido um pouco de vinho e andado de bicicleta pelo jardim quando já passava das duas da manhã. Recordo, perfeitamente, debruçada numa das janelas e o Celso gritando: cuidado, Ana, você vai despencar daí, essa madeira tem mais de cem anos. E na minha incursão pela casa, visitei uma capela repleta de morcegos. Foi uma noite engraçada e divertida. Perambulei por um salão onde havia uma mesa antiga, de madeira pesada, parecia da távola redonda do rei Arthur. Num outro ambiente, menor, havia espelhos de cristal, cortinas velhas, poídas, e eu imaginei um sarau, coisa mesmo antiga, quando mulheres vestiam longos e os cavalheiros as tiravam pra dançar.
Bem, mas voltando ao presente, eu ainda não tinha tido a oportunidade de visitar a casa que abrigava os cavalos e que passou a ser de chá. Está um luxo, toda rústica, aproveitaram a divisão das baias e fizeram mesas maiores, compridas, reunindo maior número de convivas. Bebemos nosso chopp numa mesinha menor, simples, onde podia se ver os raios do sol batendo nas flores e árvores que enfeitam o lugar.
Conversamos, rimos, tiramos fotos. Vamos ver se ela me manda quando revelar e chegar à Brasília. Me convidou para ficar uns tempos por lá. Não sei, quem sabe...
A quarta-feira foi assim, deliciosa.