terça-feira, setembro 24, 2002

DUENDE


Eu vejo um corpo que flui no espaço,
ritmicamente elaborado, sinfonicamente contente.
Livre de correntes perfaz a musica, no passado, no futuro, no presente.
Uma chama, em valsas imperialistas,
Que explode incandescente.
Desliza, serpentina a mão suave pelo rosto,
Tic-tac o negro salto,
É Tocatta & Fuge,
Romeu e Julieta fundidos.
Pés que rodopiam, olhos semicerrados,
Cabelo que brilha na lua banhado.
O violino que geme, marca passo,
A língua que molha o lábio.
Onírica fada que flutua,
Uma fantasia materializada.
Dança, dança no ilimitado!
Peito que arfa num prazer cansado!
Um coração que vibra inflamado!
A sensualidade expelida
Nas pernas, nas costas, nos braços!
Corpo livre, descontrolado,
Expressa ora sofrimento, ora amor desvairado!
Queda livre, no salão revirado,
É você, o rosto suado,
Sorriso iluminado.... duende.

Baum