sexta-feira, setembro 06, 2002

DOS DIAS

Os dias tem passado rápido e eu com a sensação de que algo se transforma também em mim.
Não é questão de abandonar nada e muito menos renegar o passado. Sinto que me reedito numa figuração mais amena e segura. Um toque de simplicidade a escoar de dedos e pensamentos.
O que será do futuro?! Não sei.
Quero continuar com essa mesma postura diante do imponderável e dos próximos capítulos. Sim, esse ar blase de quem não tem pressa e não dá a mínima para o amanhã. Penso que ele virá sempre cheio de possiblidades de crescimento e aprendizado. E, espero continuar meu caminho pautando meus pensamentos dentro desse prisma. Refletir sete cores a surgir repentinamente no céu, como Oxumaré, o arco-íris, a serpente personificando o orixá.

Orixá cuja função principal é a de dirigir as forças que produzem movimento, ação e transformação. Por ser bissexual, tem uma natureza dupla; é representado na mitologia daomeana por uma cobra e o arco-íris, que significam a renovação e a substituição. Durante seis meses é masculino, representado pelo arco-íris e tem como incumbência levar as águas da cachoeira para o reino de Oxalá no Orum (céu). Nos outros seis meses, Oxumarê assume a forma feminina, e nessa fase, seria uma cobra que vez ou outra se transforma em uma linda deusa chamada Bessém. A dualidade de Oxumarê faz com que ele carregue todos os opostos e antônimos básicos dentro de si: bem e mal, dia e noite, macho e fêmea, doce e amargo. Como uma cobra, morde a própria cauda formando o símbolo ocidental do Orobóros(ou lemniscata), gerando um movimento circular contínuo que representaria a rotação da Terra e próprio movimento incessante dos corpos celestes no espaço.

A coroação de Oxumaré

Oxumaré, filho de Nanã, nasceu com o destino de ser seis meses um monstro com esse nome, e seis meses uma linda mulher chamada Bessem. Aos poucos Bessem revoltou-se com sua mãe Nanã, pois não conseguia ter um amor que durasse por muito tempo. Seu companheiro sempre desaparecia quando ela se transformava em monstro.
Um dia Oxumaré encontrou Exu e este, como sempre apreciou criar discórdias, semeou um conflito entre o deus do arco-íris e a velha Nanã, aconselhando Oxumaré a tomar a coroa do reino de jeje, que pertencia a Nanã.

Oxumaré foi ao palácio de Nanã aterrorizando a todos. Nanã suplicou-lhe que não matasse ninguém, tentando dissuadir o filho de seu intento. No entanto acabou entregando-lhe sua coroa de rainha. Desde então Oxumaré reina sobre os jejes, entretanto continua sendo um monstro chamado Oxumaré e uma linda mulher chamada Bessem.