sábado, setembro 14, 2002

COMPARTILHO A JANELA

Tem algo invisível que envolve e fascina.
Continuo sem saber o que é.
Não diagnostico o que sinto e muito menos as idéias obsessivas.
Por que será que no meio do turbilhão encontro sempre paz nas palavras proferidas, até nas mais secas, que como tinto rascante, desce lanhando a alma?
Rendo-me a um bom sentimento cujo motivo desconheço.
Já cheguei a conclusão que não é racional. Desisti de tentar achar respostas.
Cansei de tentar entender. Relaxo. Respiro mais fundo, deixo que entre e dilua qualquer discernimento.
Não espere de mim sensatez nas coisas que digo, pois partem como raio, tempestuando alicerces. Vaza como sangue, escorrendo das entranhas, pingando pelos quatro cantos, sem que nada consiga estancar.
A janela do monitor compartilha das minhas sandices, os seus olhos aqui me acompanham, navegam nesse céu cibernético: separo nova folha branca, sem pauta, para amanhã.