quinta-feira, novembro 28, 2002

CINTILAÇÕES

Um suspiro seguido de espasmo e ela se lembra das palavras dele na última carta:
Palavras dirigidas a mim! Foi assim que pediu.
Folheou o caderno, releu o passado, pensou no presente, ele andava ausente.
E ela também. Algo novo surgia e construía um forte alicerce.
Outros caminhos que se abriam lentamente dia-a-dia.
No entanto, não conseguia ver seriedade nas coisas que ia falando e escrevendo.
No íntimo continua uma menina rebelde e moleca, peralta.
Daquelas que espreitam atrás da porta para ver o circo pegar fogo.
Adorava ver os adultos histéricos discutindo quem era o culpado daquilo.
Ela nunca foi pega. Sempre deu seu jeito de escapar.
Agora, mulher, ainda não havia amadurecido o esperado.
O esperado pelos outros.
Contudo, continua adorando jogar, ver até quando o blefe continuará.
Espírito destemido, aventureiro e livre. Assim é ela.
Como o vento, impossível de ser capturada, presa, domada.