sexta-feira, novembro 22, 2002

JOANA D'ARC

Ontem assistimos a uma das versões da história de Joana D’arc, numa pequena projeção lá no GCE, com comentários posteriores de Karroiz e da própria Joana. Confesso, diante de tal espírito, de brava e iluminada alma, me recolhi à minha insignificância, mas, por outro lado, pensei o quão forte somos e quão diminutos nos colocamos tantas vezes. Escrevendo agora lembrei de uma frase que me foi dita por um espírito, numa determinada fase da minha vida: “Tudo está em nós e depende de nós”. Muitas vezes nos esquecemos de nossas potencialidades, dos dons e habilidades que nos foram outorgados nesta vida. Entretanto, a imagem de Joana está aí a mostrar a todos que tudo é possível desde que sigamos com fé e coragem.
É admirável o que pôde fazer uma camponesa, analfabeta, imbuída de desígnios divinos, enfrentando tantas batalhas, inclusive as interiores, a relutância do próprio pai. Vencendo não só aos bourgões ou aos ingleses, mas vencendo a falta de fé do próprio povo e ao fim conseguindo seu intento: a unificação do país. E o mais importante, ensinando e exemplificando através de atos, o que o rei Carlos VI, deveria se tornar mais à frente como governante da França.
A espada encontrada na pequena igreja de Santa Catarina e com a qual comandou os exércitos franceses, pertenceu a Jean Marcel, um bravo guerreiro francês que morreu lutando e defendendo sua pátria. Joana havia sido instruída por Santa Catarina a buscar dentro daquela gruta a espada e foi assim que a encontrou. Karroiz contou que além de Santa Catarina, Santa Margarida auxiliou Joana espiritualmente. E sublinhou ainda o constante apoio de São Miguel, hoje conhecido na espiritualidade como Astarsheran, em toda a trajetória terrena da moça.
No filme há alusão a existência do profeta Merlim. Karroiz afirmou que o mago existiu e teve a visão da Virgem de Lorena que surgiria para libertar o povo francês do jugo inglês. Karroiz falou muito pouco sobre ele. Confesso que essa figura lendária, os celtas e druidas, é tema que já me fez debruçar horas lendo enciclopédias e livros a procura de mais informação.
A platéia ainda fez mais algumas perguntas a Joana. Ela garantiu que em momento algum derramou uma gota de sangue dos inimigos, não participando dos confrontos como guerreira da espada, mas demonstrando sua força através das palavras que proferia junto ao exército francês. Quanto às torturas, psicológica e física, empreendidas pelos bispos e padres da igreja, Joana afirmou que não foram mostradas em sua totalidade em nenhuma das películas até hoje feitas sobre sua história. Perguntei a ela quantos anos tinha na ocasião e ela respondeu ter dezesseis. Uma menina. Uma menina de alma guerreira. Explicou que como espírito hoje há uma consciência individual, entretanto a vivência como Joana é muito forte e presente dentro dela. Tanto assim o é que os videntes a viram, como normalmente a vêem, vestida com armadura e espada.
Joana D’arc é símbolo de coragem e fé. Pureza não só de corpo mas de alma, veracidade de sentimentos que a conduziu em sua luta por um ideal, através de missão orquestrada pela espiritualidade. É divisória histórica, sem dúvida mito e exemplo a todos os povos, não só aos franceses. Karroiz usou a seguinte frase para definir a trajetória de Joana: “A fé consubstanciou os atos de coragem”.