quinta-feira, março 07, 2002

Parece que hoje felizmente a ficha caiu, e encontrei a sensação prazerosa de saber exatamente o que ando fazendo por aqui. Muitas vezes eu me afligia com questionamentos que não davam trégua, levantando tantas lebres. Não conseguia chegar a uma conclusão realmente satisfatória.
Quem sabe agora, posta contra a parede, tendo que encarar frente a frente várias pessoas eu consiga compreender o sentido dessa passagem missionária. É engraçado porque nunca tive dúvidas quanto a isso, mas nunca me enxerguei de fato como tal. Me divirto com essa adrenalina que surgiu com essa possibilidade, feito adolescente a descortinar algo que não havia visto nos bastidores. Chegamos ao palco, com receio, em dúvida. Corro o risco de paralisar, perder a voz, me encolher feito feto. Ele garante que não, que lá estará para me ajudar, fazendo mesmo que a voz saia naturalmente.
Pego o livro, vejo o capítulo que me cabe, acho mais complexo do que eu imaginava. Alguém me diz que as coisas nos chegam na hora certa e que o fardo nunca é maior do que nos ombros são capazes de suportar. Eu rio de volta, meio frenética. Entorpecida por tanta energia, consigo eletrizar minha fala. Resmungo, faço pirraça, e ela não dá refresco: se você foi escolhida é porque tem capacidade para tal.
Eu ainda acho tudo isso divertido e pavoroso.
Um desafio. Um olho no olho irrecusável. Uma prova de fogo para mim, mas com cunho humanitário, benéfico e que de alguma forma me fará crescer mais um pouco. Assim espero. A vida e suas surpresas.