sábado, abril 20, 2002



Resolvi estabelecer contatos perdidos, reatar o que andava precisando de um calor verdadeiro, amigo. Falamos de tantas coisas boas, coisas antigas, sensações que ficaram soltas no ar, aspectos que gostaria de discorrer. E rimos, conversamos, foi gostoso. É alguém que sempre foi querida, desde a primeira vez que a vi, com os olhos pintados de negro, vestido tomara que caia, um rosto de linhas marcantes, raro. Ela têm um ar danado, um senso de humor mordaz, uma percepção acerca dos seres que realmente é intuitiva. Há um conhecimento antigo naquele olhar. Decididamente ela têm uma alma antiga.
Os dias tem sido longos, mais do que eu gostaria. Interesso-me por thelema, visito sites, colho informações, mas acabo dispersiva. Intercalo momentos de curiosidade, busca e aprendizado. Continuo sentindo-me feito barco à deriva, com aquele cheiro de sal que impregna a maresia.
Li sobre escavações no Peru, a descoberta de um sítio arqueológico, com inúmeras múmias Incas e objetos rituais. Um cemitério milenar. Na reportagem cogitava-se o motivo de uma civilização tão avançada ter sido exterminada pelos espanhóis. Segundo a notícia, a razão mais evidente era porque possuíam armas de fogo, enquanto os Incas não conheciam a pólvora.
Descobri que Vênus, Mercúrio, Marte, Saturno e Júpiter estão alinhados e essa formação só voltará a acontecer daqui a 40 anos. Os astrônomos não explicaram o que esse aspecto pode provocar na Terra, mas eu cá com meus botões, acredito que essa conglomeração só pode interferir de alguma forma na atmosfera do planeta. Gostaria de saber o que os astrólogos pensam a respeito. Tenho que fazer uma consulta.
Falando em espaço, os cientistas descobriram que há uma autofagia entre as estrelas. Isso não ocorre em nossa galáxia, mas já marcou uma fase no universo, criando buracos negros em constelações e provocando a formação de outros desenhos no Cosmo. É um aspecto mutante estelar.
Fiz um novo amigo em Cuiabá. Mais uma vez alguém daquela terra quente. Num diálogo notívago criamos um Psicar, uma mistura de carro movido a techno, com um design psicodélico e que funcionaria também como cabine psicanalítica, sob a batuta de Freud. Ele não gosta de Jung, nem Reich e muito menos Lacan. Trocamos idéias sobre os traumas infantis, principalmente o oral. E ele acredita que quem tem trauma oral infantil beija mal. Eu já acho que beijar bem, independe do trauma que se teve em criança.
Alguém me pôs na notify list e cismou com meu nick. Achou que eu gostava da cultura védica, o que não é mesmo a minha praia. O que um apelido acaba provocando no outro. Tivemos uma conversa gostosa no primeiro dia, bem cordial. No dia seguinte, o bicho pegou e ele não suportou minhas alfinetadas. Tem dias que realmente estou com a ‘macaca’. Sou macaco de metal no horóscopo chinês e lá dizem que não há problema que o macaco não possa resolver. Os librianos também são assim.
Ainda bem.